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Bolsonaro dá mais um mau exemplo ao provocar aglomeração em
praia da Baixada Santista
Por Kennedy
Alencar | 1º de janeiro de 2021
O maior desafio
dos prefeitos que tomam posse nesta sexta será enfrentar a sabotagem do
presidente Jair Bolsonaro à saúde pública e à economia do Brasil. A fim de
proteger a população dos seus municípios contra a covid-19, uma boa dose de
realismo recomenda baixa expectativa em relação a algum tipo de ajuda do
governo federal.
Em 2021, o
coronavírus continuará a ser o principal inimigo sanitário e econômico do
Brasil porque temos o pior político de nossa história na Presidência do país.
Bolsonaro continuará a agir como genocida.
No fim de ano
no interior de Minas, foi possível ver o tamanho do estrago que o mau exemplo
do presidente causa à saúde pública. Em duas cidades próximas à capital
mineira, boa parte da população não usa máscara e vive como se não houvesse
pandemia. Homens são a maioria dos que não protegem o rosto.
Com um
presidente negligentemente homicida que despreza recomendações científicas, os
novos prefeitos deveriam promover campanhas de conscientização para uso da
máscara e adoção de outras medidas de mitigação. O país enfrentará mais um ano
de pandemia por culpa de Bolsonaro, que jogou o Brasil para o fim da fila na
corrida planetária pela vacina graças à negação da ciência e à incompetência
administrativa.
A realidade
será dura. No curto prazo, não haverá vacina contra a covid-19 para todos os
brasileiros. Não existe plano nacional de imunização digno do nome, mas uma
enrolação do general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde. Bolsonaro e Pazuello
desprezaram acordos com laboratórios que permitiriam compras de grandes lotes
de vacina para atender a população como um todo. Não há nem seringas e agulhas
em número suficiente. Mais gente adoecerá e morrerá por culpa do presidente da
República.
Bolsonaro
também é responsável por aumentar o custo da conta econômica com a sua incúria
assassina. É óbvio que vacinar logo seria pavimentar mais rapidamente o caminho
da recuperação econômica. Enquanto outros países, inclusive da América Latina,
imunizam as suas populações, o presidente mantém a sua campanha de
desinformação contra a vacinação a todo vapor, prejudicando a saúde pública e a
economia.
Com o fim do
auxílio emergencial, que socorreu um terço da população brasileira ao longo de
2020, será mais difícil para os mais pobres fazer a travessia ao longo dos
próximos 12 meses. A tragédia social, portanto, está apenas no começo. As
cidades brasileiras vão sofrer mais em 2021.
Há expectativa
sobre a possibilidade de uso em massa da CoronaVac, produzida pelo Instituto
Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac. Isso amenizaria o efeito da
incompetência federal. A CoronaVac é uma aposta do governo de São Paulo.
Uma
alternativa é a vacina da AstraZeneca, que será fabricada no Brasil pela
Fiocruz. O governo federal se fiou apenas nesta opção, cometendo o erro de
desprezar outros laboratórios de grande porte. Mas parece que é o que temos.
Nesse
contexto, os novos prefeitos precisam fazer mais parcerias regionais e se
articular com os governadores de seus estados para tentar obter mais
rapidamente vacinas, seringas e agulhas. É prudente tentar novas negociações
diretamente com empresas como a Pfizer e a Moderna. Bolsonaro e Pazuello não
têm credibilidade para tratar com essas companhias.
Claro que
prefeitos e governadores devem continuar pressionando o Ministério da Saúde a
agir, mas cientes de que será difícil sair coelho dessa cartola.
Em resumo, os
novos prefeitos devem priorizar a aliança de municípios e estados para
enfrentar a reiterada sabotagem do presidente à saúde pública e à economia. Na
prática, não há governo federal no Brasil. Apesar de Bolsonaro, é preciso
encontrar um jeito de comprar mais vacinas, seringas e agulhas.
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