Por Fernando Brito | 2 de Janeiro de 2021
Com um mergulho e algumas braçadas, para reunir-se com alienados e
negacionistas que se espremiam na areia e no mar de Praia Grande (SP), começou
a terceira temporada a série “Como destruir uma Nação”, estrelada por Jair
Bolsonaro, coadjuvado por um grande elenco de nulidades de paletó e de farda,
com a produção da mídia e de gente que ama o dinheiro acima de tudo, inclusiva
da humanidade e de seu próprio país.
O Estadão, um de seus agora envergonhados pais – quem não se lembra que
o aceitou como “uma escolha difícil” contra Fernando Haddad? – hoje se dedica a
contar as horas – 17,5 mil ,diz – que falta para que nos livremos desta
desgraça na chefia de um país no qual não se pode, absolutamente, falar em
comando.
Mão é a única “Madalena” do pedaço. Hoje mesmo, Merval Pereira, o que
achava que “as instituições” iam domar Jair Bolsonaro, revive o sonho udenista
de que um candidato “punhos de renda” da nova UDN – Doria ou Sergio Moro, ou
vice-versa e juntos e misturados – possa fazer frente ao ex-capitão e que uma
candidatura Lula em 2022, que teria evitado, é do interesse de Bolsonaro, que
se beneficiaria do antipetismo.
Há, também, as “madalenas” ditas de esquerda. Ciro, o ególatra, que
resolveu a “escolha difícil” com um bilhete aéreo para Paris e Tarso Genro, que
pede a João Doria para liderar uma frente antibolsonaro, de forma deprimente,
como se faltassem a este país alternativas que não um dândi que represente a
gente “de modos” contra um desclassificado, embora faça essencialmente o mesmo.
Usam como argumento o “populismo” de Bolsonaro, esquecidos que Doria
fantasiava-se com roupas de gari, embora, como mostrou em suas férias em Miami,
goste mesmo é de um cashmère.
Não têm ideia do que será o confronto que se dará ano que vem.
Não será daqueles em que baste vencer nas urnas.
Será que não viram o que se passou nos EUA com a derrota de Donald Trump
e sua recusa em admiti-la? Acham que as Forças Armadas brasileiras, com sua
história de intervencionismo, comportar-se-á como as norte-americanas, virgens
em matéria de intervenção sobre o poder civil?
A retirada de Jair Bolsonaro do governo é um processo
político-eleitoral, mas não só.
Envolve sinalizações claras no Judiciário, no Legislativo e nas Forças
Armadas de que o resultado eleitoral será respeitado.
E exige um resultado eleitoral que não se alcançará se não houver uma
candidatura de forte apelo e base popular, com um significado ancorado na
memória e na realidade.
Porque isso Bolsonaro já o fez e, embora minoritárias, suas tropas
egoístas e primitivas estão por toda parte, até mesmo nas águas da Praia
Grande.
Falta aos ditos “liberais ” da direita brasileira o entendimento de que
não há mais candidatura viável ou governante viável no Brasil sem a
participação popular, apenas pelo “senso comum” da classe média.
Quem disse que quer enfrentar Jair Bolsonaro sem isso, trabalha por sua
continuidade.
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