Por Fernando Brito | 20/02/2021
Francamente, não sinto vontade alguma de ‘comemorar’ a derrota por 364
votos a 13o do brucutu bolsonarista na votação sobre a manutenção da prisão de
Daniel Silveira.
Imaginar que haja 130 defensores de amarrar um ministro do Supremo
Tribunal Federal e “bater na sua cara com um gato morto até ele miar” é demais
para mim.
Sabemos o que essa expressão quer dizer e a disposição de torturar –
ainda que sem praticar a tortura – marca de forma suficiente o horror da
tortura e do torturador.
Foi, se é que se pode dizer assim, um momento lamacento no pântano que
se tornaram nossas instituições e elites políticas.
Ao lado do do brucutu, transformado em choramingas “arrependido” nada se
poderia esperar senão o cinismo dos covardes.
Mas do lado dos democratas, o que se ouviu de lúcido?
Não eram as opiniões de Daniel Silveira o que importava. Saudosos da
ditadura há aos magotes, fascistas sempre os houve e, confessemos, até vários
muito mais ou alguma inteligência que aquele monstrengo.
Por mais que vários parlamentares tenham criticado a atitude do
brutamontes, não houve quem levantasse que isso é apenas o fruto podre do ódio
em que este país está mergulhado e sobre quem são os responsáveis por esta
situação.
O deputado valentão, que virou covardão, é absolutamente desimportante
como indivíduo, apenas mais um policial do “cumé que é?”
Mas onde estava uma voz vigorosa a fazer calar toda esta gente e
proclamar que liberdade não é o poder de ameaçar e que governo não é o
exercício de armas ou de bíceps?
Onde estava alguém para dizer que Jair Bolsonaro entregava a cabeça de
um de seus esbirros para manter outras como vassalas?
Onde estava quem dissesse à direita que eles seriam empurrados a ser
Daniel Silveira, daqui para a frente, na inecitável escalada fascista deste
país.
Nosso inimigo, tal e qual o deputado bombadão é moral e eticamente
minúsculo. Quando nos apequenamos, damos-lhe chances.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor