Foto: Marcos Corrêa/PR
10 de Fevereiro de 2021
O procurador-geral da República Augusto Aras enviou à Corregedoria do
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) um pedido de investigação contra
procuradores da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba. A solicitação havia sido
feita pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins na
semana passada.
Martins relatou em seu ofício, com base em mensagens trocadas pelos procuradores
da Lava-Jato roubadas por hackers – apreendidas na operação Spoofing e entregues à defesa do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva -, que o procurador Deltan Dallagnol teria sugerido pedir
à Receita Federal uma análise patrimonial dos ministros do STJ, o que poderia
configurar uma investigação irregular sobre os ministros na primeira instância,
já que eles possuem foro privilegiado.
Aras recebeu a manifestação e despachou o assunto para o corregedor
nacional do CNMP, Rinaldo Reis, a quem caberá analisar se há elementos de
infração funcional suficientes para abrir uma sindicância contra os
procuradores. Procurado, o CNMP informou que a Corregedoria ainda analisa o
assunto e não proferiu nenhum despacho.
Os ex-integrantes da força-tarefa já enviaram um ofício com
esclarecimentos ao CNMP. No documento, afirmam que “jamais praticaram qualquer
ato de investigação sobre condutas de autoridades detentoras de foro por
prerrogativa de função, sejam ministros do STJ, seja qualquer autoridade”.
Argumentaram ainda que o material das supostas conversas “tem origem criminosa,
sendo fruto da atuação de hackers que invadiram contas pessoais mantidas no
aplicativo Telegram por diversas autoridades. Trata-se de material ilícito”.
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