(Foto: Divulgação)
Colunista Bepe Damasco aponta como uma das
mentiras da Globo sobre a Petrobrás a de que é "puro populismo" de
esquerda "conferir importância social" à empresa. "Todo governo
deveria ter a obrigação de colocar as riquezas nacionais em favor da melhoria
das condições de vida de seu povo. Mas essa linguagem os neoliberais e
golpistas não entendem", diz ele
25 de fevereiro de 2021
Jornalista, editor do Blog do Bepe
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1) A prioridade da empresa, por ter ações negociadas em bolsa, é
oferecer lucratividade máxima, no curto prazo, aos seus acionistas minoritários
nacionais e internacionais.
Mentira: A União detém mais de 64% das ações da estatal, que como
empresa estratégica para os interesses do país deve zelar pelos direitos dos
consumidores e produtores brasileiros. Variáveis como a flutuação de preços do
barril de petróleo no mercado internacional e a variação do dólar no Brasil não
podem ser os únicos parâmetros para definir os preços dos combustíveis.
2) Queda das ações da Petrobrás na bolsa de valores significa perda
bilionária do valor de marcado da empresa.
Mentira: A jogatina típica do mercado de ações implica oscilação do
valor dos papéis, com um sobe e desce constante. A propalada e artificial perda
de valor de mercado não leva em conta os ativos da empresa, tais como poços de
petróleo, potencial de aumento de extração de óleo, produção de gás, refinarias
e distribuidoras.
3) A atual gestão da Petrobrás tem imprimido uma vitoriosa política de
desinvestimento em áreas pouco atrativas e conferindo previsibilidade para os
acionistas e o mercado.
Mentira: Desde a administração de Pedro Parente, no governo Temer, a
Petrobrás, depois de ter dado um cavalo de pau em seus focos e prioridades, vem
vendendo por preços bem inferiores ao de marcado diversas refinarias e
subsidiárias. A ideia, rumo à privatização total, é deixar a petroleira cada
vez mais à mercê do mercado financeiro.
4) A política de controle de preços levada a cabo nos governos de Lula e
Dilma levou a maior empresa do país a um endividamento recorde, quase à
bancarrota.
Mentira: Para justificar os aumentos abusivos e extorsivos dos preços
dos combustíveis, que só em 2021 ultrapassam os 30%, vivem a martelar o mantra
da desqualificação das administrações petistas na Petrobrás. Nos governos do PT
os preços levavam em conta o impacto dos reajustes em toda a cadeia econômica e
seu potencial inflacionário, que penaliza justamente os mais pobres. Não há
nenhum exagero em dizer que em toda a era petista o preço dos combustíveis
cabia no bolso dos brasileiros.
5) O investimento em refinarias trouxe sérios prejuízos e fez crescer o
endividamento, abalando a credibilidade da estatal
Mentira : A expansão das refinarias foi inviabilizada pela ação
criminosa da Lava Jato, que praticamente destruiu o setor de óleo e gás e a
engenharia nacional. Abreu e Lima, em Pernambuco, e Comperj, no Rio, são
exemplos acabados da ação deletéria do uso da justiça com fins políticos, o
lawfare, delirantemente aplaudido pela Globo.
6) O nível de investimento na companhia ficou aquém do necessário
durante os governos do PT
Mentira: Nunca se investiu tanto na Petrobrás como entre 2003 e 2016. É
deste período uma das maiores descobertas no setor em todos os tempos, o
pré-sal, e a afirmação do país como líder mundial na prospecção de petróleo em
águas profundas.
7) A vocação exclusiva da empresa é a extração de petróleo. Todas as
outras atuações só contribuem para gerar déficit.
Mentira: A Petrobrás é muito mais do que uma petroleira. Para além de
sua atuação na extração, produção, refino e distribuição de petróleo (do poço
ao posto), a empresa tem importância vital na área de energia e papel
fundamental na inovação e no avanço tecnológico do país.
8) É puro populismo esquerdista e bolivariano conferir importância
social à empresa.
Mentira: Todo governo deveria ter a obrigação de colocar as riquezas
nacionais em favor da melhoria das condições de vida de seu povo. Mas essa
linguagem os neoliberais e golpistas não entendem. Por isso, jogaram na lata do
lixo o fundo soberano aprovado no governo Dilma, a ser formado com os recursos
da camada do pré-sal, verdadeiro passaporte para o futuro do povo brasileiro,
que previa maciços investimentos em educação, saúde, tecnologia e cultura.
9) O controle de preços dos combustíveis feito em passado recente
desembocou no “petrolão” e na corrupção sistêmica na empresa.
Mentira: Nunca houve corrupção sistêmica na Petrobrás. Os malfeitos
identificados partiram de alguns gerentes e diretores criminosos, algo que já
acontecia bem antes dos governos do PT. E mais: o montante desviado, embora
pareça muito para todo mundo, não chegou a fazer cócegas na saúde empresarial
da Petrobrás.
10) Bolsonaro não tem o direito de fazer uma intervenção violenta na
empresa, destituindo seu presidente e sinalizando com modificações na política
de preços.
Mentira: A Petrobrás não pertence ao mercado. Embora Bolsonaro seja a
maior tragédia que se abateu sobre o Brasil e seu povo, um governante genocida
que cedo ou tarde sentará no banco dos réus para responder por seus crimes,
cabe ao presidente da República, pois o governo é o acionista majoritário da
empresa, a indicação do comandante da Petrobrás.
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