(Foto: Divulgação)
Jornalista, no entanto, apoiou o golpe de
2016, que teve como finalidade abrir o pré-sal para petroleiras internacionais,
desmantelar a Petrobrás e transferir a renda do petróleo da sociedade
brasileira para o capital internacional
21 de fevereiro de 2021
A jornalista Miriam Leitão, que fez campanha pelo golpe de 2016, que
teve como finalidade principal transferir a renda do pré-sal da sociedade
brasileira para acionistas privados da Petrobrás, hoje diz em sua coluna que
Jair Bolsonaro e os militares deram um golpe na estatal. "A Petrobras está
sob intervenção de militares. O presidente da empresa e do conselho são um
general e um almirante, o ministro da área, um almirante. A empresa perdeu R$
50 bilhões de valor, no pregão de sexta-feira e no after market, e a governança
foi violentada. Jair Bolsonaro alimentou a especulação, anunciou a mudança pelo
Facebook e o fato relevante veio só depois. O general Joaquim Silva Luna foi um
dos redatores da nota de ameaça ao Supremo em 2018. O ministro da Economia,
Paulo Guedes, virou um fantasma dentro do governo", diz ela.
"Acionistas podem entrar na Justiça porque tiveram prejuízo por ato
temerário do acionista controlador. Várias regras das empresas de capital
aberto e do estatuto da Petrobras foram feridas por Bolsonaro. O golpe foi
executado em detalhes. Ao anunciar que indicava Silva Luna também para ser um
dos membros do Conselho de Administração, o governo convocou uma Assembleia Geral
Extraordinária. A Lei das S/A de 2001, artigo 141, parágrafo terceiro, diz que
sempre que houver a destituição de um membro do conselho todos os outros estão
destituídos. Assim, o governo preparou o bote. Se houvesse resistência ao nome
do general Luna, entre os seus representantes no Conselho de Administração,
todos os nomes restantes seriam trocados. À noite, o governo informou que os
reconduzia. Contudo, ficou sobre eles a espada", afirma.
"A governança da Petrobras foi atacada por Bolsonaro para impor o
controle de preços. Nem isso contentará os caminhoneiros. Bolsonaro é inimigo
do liberalismo econômico e derrubou o valor da ação da Petrobras. Mas isso se
recupera no futuro. O bem mais caro que Bolsonaro ameaça é a democracia. O país
sabe o alto preço que pagou por ela", diz ainda Miriam Leitão.
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