(Foto: Anderson Riedel/PR)
O novo ministro da Defesa, general Braga
Netto, chega desgastado ao posto, sob críticas de outros militares por ceder a
Bolsonaro
31 de março de 2021
O novo ministro da Defesa, general Braga Netto, está sendo criticado por
outros militares do governo por ter aceitado o pedido do presidente para
assumir o cargo. Nos bastidores, seus colegas de farda consideram que seu
deslocamento para o ministério da Defesa pode incentivar uma exploração
política das Forças Armadas.
Para esses críticos, ao ter aceitado o posto, Braga Netto, até então
ministro da Casa Civil, não respeitou a posição do ex-ocupante do cargo, o
general da reserva Fernando Azevedo, e se tornou um preposto de Bolsonaro.
Integrantes da cúpula militar
veem sua ascensão aio cargo de ministro da Defesa como uma grave quebra de
hierarquia, com um tempo inferior aos dos comandantes do Exército e da Marinha.
Braga Netto já foi alertado por alguns de seus pares no exército de que
errou ao não ter feito, até agora, uma declaração incisiva para negar qualquer
ameaça à democracia. Seu único posicionamento público foi feito na mensagem do
Ministério da Defesa alusiva ao aniversário do golpe militar de 1964, informa a
Folha de S.Paulo. A ditadura militar durante 21 anos liquidou as liberdades
democráticas e perseguiu oposicionistas, usando métodos cruéis como tortura e
assassinato de presos políticos.
Nos bastidores do Planalto, Braga Netto foi apelidado de
"interventor do presidente". Ele já foi interventor federal no Rio
Janeiro, em 2018, ainda no governo Michel Temer.
A crise militar pode prosseguir na escolha dos novos comandantes. O
favorito até o momento para o posto de comandante do Exército é o general Marco
Freire Gomes, comandante militar do Nordeste. Gomes, por ser mais novo, teria
que atropelar cinco outros generais, o que quebraria uma hierarquia por
antiguidade, caso passe à frente.
A expectativa é que Braga Netto anuncie nesta terça-feira (31) os novos
comandantes das três Forças. Para a Marinha, o favorito é o atual
secretário-geral do Ministério da Defesa, almirante Garnier Santos. Para a
Aeronáutica, ainda não há um nome definido.
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