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Luciano Huck cercou a mansão com boias e redes, na Ilha das Palmeiras, sem autorização ambiental |
Em junho de 2009 o ex-governador do Rio Sérgio Cabral liberou as regras para construções em áreas de preservação ambiental em Angra dos Reis. Decreto ficou conhecido como "Lei Luciano Huck"
Por Helena
Sthephanowitz, para a RBA publicado
20/02/2017
Em 2011, a
juíza da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis, Maria de Lourdes Coutinho Tavares,
condenou o apresentador Luciano Huck a pagar R$ 40 mil por cercar com boias e
redes a faixa costeira ao longo de sua mansão na Ilha das Palmeiras, em Angra
dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro, sem autorização ambiental. O global
alegou apenas que o fizera "sob o propósito de exercício futuro de
atividade de maricultura".
Na sentença, a
juíza alegou que "a motivação da colocação do cerco é outra que não a
atividade de criar mariscos, ou seja, a maricultura seria um pretexto para
legitimar a pretensão não acolhida pela lei, de apoderamento de bem de uso
comum do povo". Ou seja, o chamado bom mocismo típico da classe média não
queria que ninguém tivesse acesso a "sua" praia particular.
A juíza
determinou ainda que Huck retirasse as boias e pagasse indenização por danos
materiais e imateriais, além de multa diária caso descumprisse a decisão.
Inconformado com a sentença, Luciano Huck recorreu e, em segunda instância, foi
novamente condenado.
O apresentador
recorreu então ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), por achar, segundo
declarou, muito alto o valor da multa aplicada.
Brigou durante sete anos na Justiça para tentar escapar da multa
ambiental.
Sem sucesso.
Na quinta-feira (16), o Ministério Público Federal (MPF) exigiu que o
apresentador da TV Globo pague multa de R$ 40 mil.
Em
manifestação ao STJ, a Procuradoria Regional da República da 2ª Região defende
a rejeição do recurso de Huck por tratar-se apenas de "medida de
inconformismo, caracterizando mera insatisfação do réu com a sentença".
Essa não foi a
primeira vez que Huck já foi acionado na Justiça por chamar de seu o que é
patrimônio público e ambiental. Em 2006, ele foi denunciado pelo MPF porque sua
mansão na Ilha das Palmeiras foi construída sobre um espelho-d’água cercado por
rochas e por ter erguido um muro com cerca de dez metros de altura. Ele também
mandou fazer diques para a formação de uma praia artificial. No entanto,
conseguiu escapar da Justiça, alegando que a construção original, de 1971, foi
concluída antes da entrada em vigor da legislação atual, e que ele apenas
reformara a casa que lá já estava.
Em junho de
2009, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB/RJ) liberou as regras para
construções em áreas de preservação ambiental em Angra e outras regiões do
estado. O decreto, de número 41.921, ficou conhecido como "Lei Luciano
Huck", porque teria sido feito para beneficiar o apresentador da Globo.
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