Jornalista
Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia, avalia os procuradores da Lava
Jato em nenhum momento mostraram empatia com a dor de Lula, ao comentar as
mensagens divulgadas nesta terça-feira, 27. "O resto de dignidade que
havia na Operação Lava Jato se esvaiu no deboche desses diálogos desumanos essa
gente horrível. Nem a morte de uma criança de 7 anos foi capaz de lhes passar
um verniz de caráter"
27 de agosto
de 2019
Os últimos
diálogos vazados pelo Intercept Brasil, nos quais procuradores e procuradoras
federais zombam e tripudiam das mortes da mulher, do irmão e do neto do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representam uma negação da humanidade.
Difícil fazer
uma análise simplificada desse fenômeno, mas o fato é que, justamente nos
tempos de fartura econômica e de cidadania, durante os governos do Partido dos
Trabalhadores, o Ministério Público – ademais, como o serviço público, em geral
– foi sofrendo uma lenta e poderosa infiltração de energúmenos, de sociopatas
ilustrados, de não-pessoas.
Esse paradoxo
se torna ainda menos compreensível, à luz da razão, porque foram os governos
petistas que radicalizaram a valorização do Ministério Público Federal. Foram
quem deram à instituição mais recursos e vagas. Garantiram, com todas as
consequências políticas que resultaram dessa política, a nomeação de
procuradores-gerais da República eleitos, em primeiro lugar, na lista tríplice
decidida pela corporação.
Mas, enquanto
isso, gestadas no coração da classe média fascista, racista e iletrada da
nação, essas não-pessoas formaram uma nova casta, a dos concurseiros –
viajantes solitários da decoreba que, pouco a pouco, tornaram o serviço público
uma entidade privativa do que de pior a sociedade brasileira produziu, nesse
início de século.
Deltan
Dallagnol e sua trupe de Curitiba, sob o comando de Sérgio Moro, como
demonstram as mensagens do Telegram, tomaram para si essa simbologia. Contra a
lei, o bom senso e a ética, transformaram o Ministério Público numa repartição
do Santo Ofício, dentro da qual montaram um altar para sacrificar Lula, um
homem condenado sem provas, em nome do ódio de classe, do fanatismo religioso e
da estupidez ideológica.
Em nenhum
momento, mostraram empatia com a dor de Lula. Estavam tão somente preocupados
com a possibilidade de fuga ou, pior, da liberdade daquele que mantêm
encarcerado por sadismo e interesse financeiro.
O resto de
dignidade que havia na Operação Lava Jato se esvaiu no deboche desses diálogos
desumanos essa gente horrível. Nem a morte de uma criança de 7 anos foi capaz
de lhes passar um verniz de caráter.
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