Quem é o ministro mais fanático do desgoverno Bolsonaro? Damares
Alves, com seus meninos de azul e meninas de rosa? O 'imprecionante' Abraham
Weintraub? Não, é Paulo Guedes, que acredita que uma economia pode voar sem o
setor público e precisa ser afastado, aponta o jornalista Leonardo Attuch,
editor do 247
5 de março de
2020
Leonardo Attuch
é jornalista e editor-responsável pelo 247, além de colunista das revistas
Istoé e Nordeste
X-X-X
O pibinho
divulgado nesta terça-feira pelo IBGE, de apenas 1,1%, é responsabilidade
direta da ala ideológica, fanática e obscurantista do desgoverno federal. Como
assim? Culpa da Damares? Do Weintraub? Do Olavo? Não, o pibinho é a
consequência direta do fanatismo neoliberal personificado na figura de Paulo
Guedes, que chegou prometendo 3%, entregou 1% e disse que ninguém deveria ficar
supreso com seus péssimos resultados – de fato, só se surpreende quem poderia
esperar algo diferente.
Professor de
economia de Jair Bolsonaro, o "Posto Ipiranga" propaga a tese de que
o avião Brasil tem duas turbinas: a do setor público e a do setor privado. E de
que bastaria desligar a primeira para que a segunda fizesse o avião voar mais
alto. Esse tipo de concepção não tem qualquer fundamentação teórica e ajuda a
explicar o péssimo resultado da economia brasileira, em que não há investimento
nem público nem privado. De um lado, porque o Estado não investe em
infraestrutura. De outro, porque os empresários não confiam que haverá mercado
num país que promove guerra contra os pobres e aliena a soberania nacional,
enquanto distribui bananas a jornalistas.
O modelo Guedes
é tão fajuto que até mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um dos
responsáveis por políticas desastrosas, como o teto de gastos, descobriu o
óbvio. "O setor privado sozinho não vai resolver os problemas. Então acho
que a grande mensagem do PIB que saiu hoje é exatamente que a participação do
Estado também será sempre importante para que o Brasil possa crescer e se
desenvolver", disse Maia, ao comentar o pibinho de Guedes e Bolsonaro.
Embora se
comporte como uma criança, Bolsonaro é maior de idade e deve saber o que faz.
Se quiser promover a destruição completa da economia brasileira, basta manter o
mais fanático de seus ministos no comando do barco. Se ainda quiser apresentar
algo de positivo à sociedade, será preciso trocar o quanto antes de Posto
Ipiranga. Em artigo aqui no 247, nosso colunista Ricardo Cappelli questiona se
Bolsonaro quererá morrer abraçado a Guedes. Ontem, também demonstramos que o
pibinho escancarou o fiasco neoliberal implantado desde o golpe de 2016 no
Brasil. A questão que fica é simples: Bolsonaro e os militares ainda vão tentar
salvar seu desgoverno ou vão continuar distribuindo bananas podres para a
sociedade?
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