POR FERNANDO
BRITO · 07/03/2020
Minha filha
mais velha, quando menina, ganhou um quadro de palhaço, pendurado na parede
oposta cabeceira da cama.
Embora feito
com carinho pela avó, pintora amadora, o quadro não a divertia, assustava,
sobretudo quando vinha a noite.
A noite
econômica está caindo sobre o Brasil, embora os comentaristas econômicos
prefiram ficar em cima do muro dizendo que a mais brutal paralisia da economia
produtiva mundial seja apenas uma “incerteza”.
Não é e, ao
contrário da de 2008, não se move do mundo das finanças para a economia real,
mas em sentido inverso.
Hoje, os
maiores pesos-pesados do dinheiro no Brasil vão se reunir com Jair Bolsonaro na
Fiesp.
Nenhum deles
perguntará “o que é PIB”?.
Não, como
crianças ranhentas, chorando pitangas com seus bilhões, não é pedir mais
“balas”: privatizações, queda dos juros, menos impostos, mais cortes e
sacrifícios para o pessoal que não está no circo, mas está na lona.
Sabem que
estão com um idiota imprestável: muito útil para iludir o público mas que
nenhum deles colocaria a gerir a sua menor filial.
Parece
incrível, mas só depois de mais de três décadas comecei a entender o medo de
minha filha.
O palhaço pode
ser uma máscara de idiotia para esconder um monstro.
A noite
começou a cair e, como costuma acontecer, toda a gente só vai só vai perceber
quando estiver bem escuro.
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