POR FERNANDO BRITO · 11/04/2020
É para os brasileiros pensarem.
O exemplo seguido pelo Brasil,
onde o presidente dizia que era “só uma gripezinha”, o negacionismo da epidemia
praticado por Donald Trump e replicado aqui por Bolsonaro, rendeu, no país do
Norte, até agora, meio milhão de infectados, pela demora de interromper o ciclo
de transmissão antes que ele se tornasse galopante e irreversível.
Morrem, há quatro dias, duas
mil pessoas por lá, diariamente, enterradas em valas comuns.
A prioridade, lá como cá, foi
socorrer os bancos, livrando-os do contágio, enquanto às pessoas dele não
livravam.
E as respostas em matéria de
restrições de mobilidade aos norte-americanos foram tardias, frouxas e tomada
por conta dos governos locais, exatamente como aqui, embora Trump não tenha
saído à rua para desafiá-las.
Só o que contém o número de
casos no Brasil é a falta de testes e, portanto, a confirmação de casos já
registrados dias antes.
Não é, com certeza, o fato de,
segundo o presidente, brasileiro mergulhar no esgoto e não acontecer nada.
Não há nenhuma razão concreta
para, baixando a guarda do isolamento social como estamos baixando, não
caminharmos para uma curva semelhante à dos norte-americanos.
Possivelmente pior, até, por
conta da promiscuidade com que se vive em tantos lugares pobres neste país
pobre.
O que nos evitará as valas
comuns, os enterros solitários, anônimos, que estamos vendo onde há muito,
muito mais recursos que aqui?
Nossos homens de Estado,
minúsculos, recusam-se a ver a realidade à frente.
Preferem os pequenos jogos de
mídia, o marketing à custa da vida humana, a irresponsabilidade diária.
A começar de Jair Bolsonaro,
vivem de pequenas espertezas.
Nada pior a um país e um povo
diante de uma ameaça que ter anões morais no poder.
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