POR FERNANDO
BRITO · 04/05/2020
A informação,
na Folha, que Jair Bolsonaro prepara-se para retirar do Comando do Exército,
general Edson Pujol, por este estar contrariado com a escalada demagógica e
ditatorial que o presidente vem assumindo é o triste retrato do processo
deletério que se abateu sobre a realidade brasileira.
E que ameaça,
agora, engolir os oficiais-generais que patrocinaram, durante anos, o
crescimento deste cogumelo venenoso que comanda o Brasil.
Hoje saberemos
se vai confirmar-se a hipótese absurda, levantada pelo bem informado Igor
Gielow – durante anos, especialista militar do jornal paulista – de que
Bolsonaro reedite a nomeação de Alexandre Ramagem para a Polícia Federal, na
prática uma bofetada na autoridade do Supremo Tribunal Federal.
O mais grave,
porém, é a notícia de que Jair Bolsonaro pretende usar as Forças Armadas,
usando o seu poder de escolha, como aríete de seu golpe político.
Se o fizer,
estará dando um passo a mais no avanço de sua falange fascista sobre as
estruturas militares do país, tal como Hitler fez sobre a Wehrmatch , assumindo
-lhes o controle e fazendo dela uma extensão de seu poder pessoal, ao mesmo
tempo que forma uma milícia de vagabundos, extorsionários e fanáticos
fundamentalistas.
Ninguém se
iluda, se os oficiais-generais aceitarem que um oficial legalista seja afastado
do comando do Exército, estará aberto o caminho para que outros avanços e
trocas de comando passem a ocorrer, até porque a cooptação bolsonarista no
baixo oficialato é grande, um dos resultados da criminosa abertura dos quartéis
à sua demagogia, por anos a fio.
Estamos
imobilizados pela pandemia, mas isso não vai durar para sempre. Será inevitável
uma onda de protestos civis contra esta usurpação do poder e as consequências
serão terríveis, porque sobre elas vão avançar as falanges, agora armadas e
empoderadas, como força auxiliar de um regime que, ao contrário do de 1964, não
será militar, mas do qual os militares serão subordinados do bando fascista.
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