POR FERNANDO BRITO · 20/05/2020
Não é possível mais tratar Jair Bolsonaro
como presidente da República, como deixou de ser possível tratar Adolf Hitler
como chanceler da Alemanha.
O que ele fez ontem, em meio a risadas
neuróticas com sua própria “piada” – quem é de direita, toma cloroquina; quem é
de esquerda toma tubaína – é sinal mais que de um desequilíbrio mental, é
revelador dos desejos mórbidos daquele que deveria ser o primeiro a
consternar-se com a perda, só no dia de ontem, de quase 1.200 brasileiros.
O Brasil tem o direito de conhecer o grau de
alucinação e de monstruosidade do homem que ocupa o mais alto cargo da
República.
E saber a que se submetem – ou pior, se
associam – aqueles que o servem e o sustentam.
É sobre isso que deve decidir, possivelmente
hoje, o ministro Celso de Mello: se o brasileiro tem o direito de saber como
falam e agem os que os (supostamente, ao menos) os governam e qual é o seu grau
de selvageria.
Não se trata de invadir e publicizar uma
conversa privada de um presidente da República, como Sérgio Moro não hesitou em
fazer com Lula e Dilma.
Era um ato oficial, com mis de três dezenas
de presentes, sobre o qual não pode haver qualquer dúvida sobre tratar-se de
uma atividade de governo, sobre a qual pesa o mandamento constitucional da
publicidade.
É preciso que pese sobre o decano do STF a
imensa questão de se os brasileiros são adultos o suficiente para saber quem
são seus governantes.
Ou se deveremos continuar tomando, indefesos,
a cloroquina da farsa ou a tubaína da morte.
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