
"Essa história de frente ampla, nos moldes do movimento das
“Diretas Já!”, é a história se repetindo como farsa", escreve Leandro
Fortes, do Jornalistas pela Democracia. "O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva fez uma declaração contra hegemônica, lembrando que há algo de podre
nesse piquenique cívico aparentemente ecumênico", completa
2 de junho de
2020
Essa história
de frente ampla, nos moldes do movimento das “Diretas Já!”, é a história se
repetindo como farsa. O que está em curso é a reorganização dos interesses da
burguesia nacional diante de um processo de recrudescimento autoritário sobre o
qual ela não tem controle.
Assim, as
mesmas figuras nefastas que organizaram o golpe parlamentar que retirou Dilma
Rousseff do poder, em 2016, sob o falso argumento udenista de combate à
corrupção, agora tentam montar uma tertúlia desesperada para arrancar Jair
Bolsonaro do Palácio do Planalto, mas sem macular o que realmente lhes
interessa: a agenda neoliberal criminosa que prevê a destruição do patrimônio
nacional e o fim dos direitos dos trabalhadores, no Brasil. Aí incluído o
Sistema Único de Saúde, em plena pandemia da Covid-19.
Neste cenário,
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração contra hegemônica,
muito ao seu estilo político, lembrando que há algo de podre nesse piquenique
cívico aparentemente ecumênico, do qual pretendem se fartar figuras lamentáveis
como Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e Luciano Huck.
Assim falou
Lula: “Li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe
trabalhadora. Não se fala em classe trabalhadora, nos direitos perdidos”.
Dúzias de
colunistas isentões da mídia comercial, muitos dos quais diretamente culpados
pela eleição do demente que ora nos governa, saíram de suas quarentenas
gourmets para atacar o ex-presidente e acusá-lo de intolerância. Claro, com o
auxílio luxuoso da esquerda namastê, esta que vislumbrou nesse gelatinoso
movimento “Somos 70%” uma espécie de ciranda ideológica celestial em nome da
paz, do amor e da harmonia entre os homens.
Lula, por sua
vez, com a casca grossa de quem conhece tanto o chão da fábrica como as trevas
da política brasileira, depois de duas prisões políticas, foi enfático: não tem
mais idade de ser maria-vai-com-as-outras, e, acreditem, houve quem o acusasse
de machismo por usar essa expressão.
Uma frente
ampla contra o fascismo terá que ser feita, quanto a isso, não existem dúvidas.
Mas para ser uma nova micareta liberal, como as tais “jornadas” de 2013,
movimento imediatamente capturado pela mídia e pela direita golpista, melhor
enfrentar Bolsonaro até o fim.
Lula, para
variar, está certo.
0 comments:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor