“Qualquer proposta
democrática encampada por FHC perde completamente o sentido. Bolsonaro e FHC
são parte do mesmo processo. Um é a consequência do outro”, diz o jornalista
Leonardo Attuch, editor do 247
2 de julho de
2020
Leonardo Attuch
é jornalista e editor-responsável pelo 247, além de colunista das revistas
Istoé e Nordeste
X-X-X
Quem liderou a
conspiração contra a ex-presidente Dilma Rousseff: Fernando Henrique Cardoso ou
Jair Bolsonaro? Quem ajudou a criar o ambiente político e midiático pela
cassação dos direitos políticos do ex-presidente Lula: FHC ou Bolsonaro? Quem
montou a agenda econômica da “ponte para o futuro”: FHC ou Bolsonaro? Quem
indicou Pedro Parente para a presidência da Petrobrás, iniciando o processo de
desmonte da estatal: FHC ou Bolsonaro?
A resposta
para todas essas questões é a opção A. Depois de quatro derrotas consecutivas
em eleições presidenciais, duas para Lula e duas para Dilma, o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, que é quem organiza o discurso e as ações da
oligarquia nacional, liberou seu peão Aécio Neves para desestabilizar a
democracia brasileira, em aliança com o deputado Eduardo Cunha. Os resultados
são conhecidos: quatro anos de estagnação econômica e a destruição da imagem
internacional do Brasil.
Não
surpreende, portanto, que FHC tenha feito na noite de ontem, em entrevista à
CNN, mais uma defesa do “Fica, Bolsonaro”. Mais do que isso, ele também admitiu
ter anulado o voto em 2018, dando cobertura emocional e ideológica para todos
aqueles que, entre um professor universitário e um extremista de direita,
optaram pela segunda opção.
Na prática,
FHC é o verdadeiro pai do bolsonarismo, porque foi ele quem liderou a quebra do
pacto democrático de 1988. Por isso, qualquer proposta democrática encampada por
FHC perde completamente o sentido. Bolsonaro e FHC são parte do mesmo processo.
Um é a consequência do outro.
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