
Fabrício Queiroz, assessor do clã Bolsonaro, que foi preso pela
Polícia Federal por participar de esquema das rachadinhas, fez depósito de R$
25 mil para a mulher de Flávio Bolsonaro quitar parcela de apartamento. Queiroz
está em prisão domiciliar por decisão do presidente do Superior Tribunal de
Justiça, João Otávio de Noronha
17 de julho de
2020
Fabrício
Queiroz depositou R$ 25 mil em dinheiro vivo na conta da mulher do senador
Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro. O pagamento foi feito uma semana
antes de o casal quitar a primeira parcela na compra de uma cobertura em
construção na zona sul do Rio de Janeiro.
As informações
foram apuradas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, a partir da quebra de
sigilo bancário. O depósito, junto com outras movimentações financeiras na
conta da dentista Fernanda Bolsonaro, foi feito para dar cobertura ao pagamento
da entrada no imóvel.
Entre os
outros valores, há também um crédito em espécie de R$ 12 mil realizado por uma
pessoa cuja identidade é mantida sob sigilo, informa o jornalista Italo
Nogueira na Folha de S.Paulo.
Queiroz está
em prisão domiciliar por seu o operador financeiro do esquema da “rachadinha”
no gabinete de Flávio Bolsonaro quando este era deputado estadual, entre
fevereiro de 2003 e janeiro de 2019. O ex-assessor recolhia parte do salário de
funcionários para repassá-los ao filho de Jair Bolsonaro.
A Promotoria
apurou que dias antes de a família de Flávio Bolsonaro pagar R$ 110,5 mil de
custos pela entrada no apartamento, em agosto de 2011, houve um movimento de
créditos na conta de Fernanda para cobrir a despesa futura. O primeiro foi
realizado por Queiroz, no dia 15.
Dois dias
depois, a conta da dentista Fernanda Bolsonaro recebeu R$ 74,7 mil de resgate
de aplicações em fundos. No dia 19, há um novo depósito em espécie (feito por
pessoa cujo nome não é revelado) na conta da mulher do hoje senador e filho
mais velho de Jair Bolsonaro.
Toda a
movimentação nesses quatro dias gerou um crédito adicional de R$ 111,7 mil na
conta da dentista.
A reportagem
aponta que esse não é o primeiro indício de vínculo entre Queiroz e despesas
pessoais da família de Flávio. O MP-RJ obteve também imagens da agência
bancária do Banco Itaú na Assembleia Legislativa do Rio mostrando Queiroz
pagando em dinheiro a mensalidade escolar das filhas de Flávio Bolsonaro em
outubro de 2018.
Também houve
uso de dinheiro vivo na compra de mobiliário para outro apartamento do casal e
na quitação de débito com uma corretora de valores. O MP-RJ afirma ainda que há
indícios de lavagem de dinheiro por meio da compra de outros dois imóveis pelo
casal e na loja de chocolate do senador. Nesses dois casos, o montante é de R$
2,3 milhões, segundo os promotores.
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