
(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)
Um dos jornalistas mais experientes do País, Xico Sá orienta
redatores a sempre assinalar "Bolsonaro diz que tem coronavírus" e
não "Bolsonaro tem", uma vez que ele é viciado em mentiras
8 de julho de
2020
"Presidente
diz que. É o tom jornalístico ideal. Qualquer redator prudente não banca
palavra do Bolsonaro como certeza. Desconfiar sempre é a lei", avisa o jornalista
Xico Sá, um dos profissionais mais experientes da imprensa brasileira, diante
da notícia de que Bolsonaro teria contraído coronavírus.
A prudência é
mais do que justificada. Bolsonaro se elegeu à base de fake news e faz da
mentira um método de permanente manipulação. Ontem mesmo, diante da suposta
contaminação, ele passou a atuar como garoto-propaganda de um remédio, a
hidroxicloroquina, que não tem eficácia comprovada no tratamento da covid-19.
Grandes
agências de notícias, como a Reuters, também não acreditam na palavra de
Bolsonaro e passaram a adotar a "lei Xico Sá". Confira:
Bolsonaro afirma que está com Covid-19 mas diz se sentir
"muito bem"
Por Lisandra
Paraguassu (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira
que teve resultado positivo em teste para Covid-19, após passar meses
minimizado a pandemia e contrariando recomendações de especialistas, mas
afirmou estar se sentindo bem depois de sofrer os primeiros sintomas no fim de
semana e de ter ficado mal na segunda-feira.
“Todo mundo
sabia que ele (vírus) mais cedo ou mais tarde iria atingir uma parte
considerável da população, como tem muita gente... eu, por exemplo, se eu não
tivesse feito o exame não saberia do resultado, e ele acabou de dar positivo”,
disse Bolsonaro em entrevista transmitida ao vivo por algumas emissoras
convidadas para uma entrevista no Palácio da Alvorada.
Bolsonaro, de
65 anos, realizou o teste na segunda-feira, depois de começar a ter sintomas
leves no domingo. Na segunda-feira, Bolsonaro teve dor no corpo e febre de 38
graus, e disse a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, que tinha ido ao
Hospital das Forças Armadas fazer uma radiografia de pulmão, que não revelou
nenhum problema.
Bolsonaro
também fez questão de informar, mesmo antes do resultado do exame, que já havia
começado a tomar hidroxicloroquina, medicamente contra malária que não tem
comprovação de eficácia contra a Covid-19, mas é defendido pelo presidente.
Nesta terça,
Bolsonaro confirmou que tomou uma primeira dose do medicamento, associado ao
antibiótico azitromicina, na noite de segunda, e uma nova dose às 5h desta
terça. No fim da tarde, Bolsonaro publicou um vídeo nas redes sociais tomando
uma terceira dose do medicamento.
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