
(Foto: Ag. Senado | ALESP)
A Procuradoria-Geral da República viu investigação
"camuflada" da autodenominada "força-tarefa da lava jato"
em Curitiba sobre os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado,
David Alcolumbre (DEM-AP)
2 de julho de
2020
Conjur - O ex-juiz
federal Sergio Moro já comparou a sua "lava jato" ao escândalo
Watergate, mas no caso norte-americano era o ex-presidente Richard Nixon quem
grampeava ilegalmente seus desafetos políticos, não o contrário.
Quem for
investigar as ações desse grupo, poderá se espantar com ousadias como a de
pedir quebra de sigilo de altas autoridades da República pelas partes menos
conhecidas de seus nomes, mas com o CPF certeiro do alvo. Talvez pessoas
chamadas "Rodrigo Felinto" ou "Davi Samuel".
Segundo
reportagem do Poder 360, o documento era conhecido, numa extensa denúncia de 13
de dezembro de 2019, mas nunca ninguém havia se dado conta dessa camuflagem. Os
nomes completos de ambos: Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia e David Samuel
Alcolumbre Tobelem.
O time do
procurador-Geral da República, Augusto Aras, vem procurando possíveis
inconsistências e erros em denúncias apresentadas pelo consórcio de Curitiba. A
avaliação é que essa "camuflagem" dos nomes seria uma técnica para os
procuradores investigarem autoridades sem se submeterem aos foros adequados.
A PGR em
Brasília encontrou vários casos semelhantes. Haveria até nomes incompletos de
ministros do STF, que podem ter tido seus sigilos quebrados de maneira
irregular.
Até agora, não
há provas de que de fato os nomes camuflados em denúncias possam ter sido todos
investigados. É isso que a PGR em Brasília agora tenta descobrir.
O incômodo do
grupo de Curitiba começou com pedido da PGR para ter acesso a dados. A ida da
procuradora Lindôra Araújo ao Paraná para cumprir a decisão de Brasília motivou
abertura de sindicância a pedido da força-tarefa curitibana.
A denúncia de
dezembro do ano passado envolve Walter Faria, do Grupo Petrópolis, por suposta
atuação em 642 atos de lavagem de dinheiro. O esquema teria tido participação
de outras 22 pessoas e movimentou R$ 1,1 bilhão.
A PGR já sabe,
segundo apurou a ConJur, que o consórcio de Curitiba abriu mais de mil
inquéritos nos últimos cinco anos, que não foram encerrados. Além de
equipamento de interceptação telefônica, a "força-tarefa" adquiriu
três Guardiões, mas dois deles sumiram. Grande parte do acervo de gravações foi
apagado no ano passado. Há fortes indícios de distribuição de processos
fraudada e outras ilegalidades.
Em nota
apócrifa, os procuradores do Paraná chamaram a reportagem da ConJur de
"fake news".
0 comments:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor