(Foto:
Reuters)
Os dados do fluxo cambial mostram a saída de US$ 15,2 bilhões
nos primeiros oito meses deste ano. Além disso, a bolsa de valores paulista
perdeu R$ 87,3 bilhões
23 de setembro
de 2020
O fracasso de
Paulo Guedes e Jair Bolsonaro em restaurar a "confiança", o que vem
sendo prometido aos brasileiros desde o golpe de estado contra a ex-presidente
Dilma Rousseff, ocorrido em 2016, produziu, neste ano, a maior fuga de capitais
da história do Brasil.
Os dados do
fluxo cambial mostram a saída de US$ 15,2 bilhões nos primeiros oito meses
deste ano, no pior resultado desde 1982, quando estes dados começaram a ser
medidos. Um dos motivos para a fuga de investidores é a devastação ambiental,
que Bolsonaro negou nas Nações Unidas. Além disso, a bolsa de valores paulista
perdeu R$ 87,3 bilhões. É o que aponta reportagem de capa do jornal O Globo
desta quarta-feira.
Com a saída do
capital estrangeiro, o dólar se desvaloriza e já é negociado a R$ 5,40. A
situação só não é mais grave em razão da demanda chinesa por alimentos, que tem
garantido as exportações do agronegócio, num Brasil que também tem sido
desindustrializado.
Além da fuga de
dólares, Bolsonaro e Guedes entregarão ao País, neste ano, o maior rombo fiscal
da história. Saiba mais:
BRASÍLIA
(Reuters) - O Ministério da Economia elevou em 63,6 bilhões de reais a
estimativa de déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e
Previdência) no ano, para o valor recorde de 861 bilhões de reais, ao
incorporar o impacto da prorrogação do auxílio emergencial para enfrentar a
pandemia do coronavírus.
Os novos números
constam do relatório de receitas e despesas do quarto bimestre, divulgado nesta
terça-feira. O cálculo considera uma projeção de queda do Produto Interno Bruto
(PIB) de 4,7% em 2020.
No relatório do
terceiro bimestre, a projeção era de déficit de 787,45 bilhões de reais. Com o
estado de calamidade pública aprovado pelo Congresso, o governo está
desobrigado de cumprir em 2020 a meta de déficit primário, de 124,1 bilhões de
reais.
No novo
relatório, o governo elevou as despesas primárias calculadas para o ano em
63,598 bilhões de reais, a 2,046 trilhões de reais, refletindo principalmente a
extensão em quatro meses do auxílio emergencial, que será pago agora até
dezembro com valor reduzido, de 300 reais.
O custo dos
pagamentos adicionais do auxílio será de 67,6 bilhões de reais. Por outro lado,
o governo reduziu pela metade, para 17 bilhões de reais, a projeção de despesas
com o programa de financiamento à folha de pagamento das empresas (Pese).
Para a receita
líquida a conta foi reduzida em 9,955 bilhões de reais, a 1,185 trilhão de
reais. A redução é explicada por revisão de algumas projeções macroeconômicas
para o ano, arrecadação verificada em julho e agosto e alterações na legislação
tributária para o combate ao Covid-19.
A Cofins foi o
tributo que sofreu a maior redução na projeção de arrecadação --de 10,6
bilhões, para 224,7 bilhões de reais--, o que é explicado, segundo o governo,
pelo crescimento das compensações tributárias.
Na semana
passada, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia atualizou
as projeções macroeconômicas para 2020. A estimativa para retração do PIB não
foi alterada, mas a projeção para a inflação foi levada para 1,83%, ante
estimativa anterior de 1,60%.
Diferente do que
usualmente acontece, o relatório de receitas e despesas deste bimestre não foi
detalhado à imprensa pelo secretário Especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.
Waldery foi
repreendido indiretamente na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro,
após divulgar que a equipe econômica estudava propor o congelamento dos
benefícios previdenciários para financiar a ampliação do programa Bolsa
Família.
Bolsonaro
descartou a ideia e disse que daria um “cartão vermelho” a quem lhe propusesse
tirar dinheiro dos pobres para dar aos “paupérrimos”.
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