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Reuters)
O anúncio foi feito pelo presidente do Banco Central, Roberto
Campos Neto. “Whatsapp vai entrar, vai começar fazendo P2P (transferências de
pessoa a pessoa) em breve. Eu tenho conversado bastante com o CEO do Whatsapp,
inclusive ele tem me dito que o processo no Banco Central foi mais rápido do
que em outros países”, disse
16 de novembro
de 2020
BRASÍLIA
(Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta
segunda-feira que o Whatsapp, aplicativo de mensagens do Facebook, entrará em
pagamentos no Brasil “em breve” e que a autoridade monetária mantém conversas
com o Google nesse sentido, além de outras gigantes de tecnologia que ele não
mencionou nominalmente.
Ao ser
questionado se o Whatsapp iria entrar em pagamentos dentro do sistema de
pagamentos instantâneo Pix ou fora dele, Campos Neto respondeu, em coletiva de
imprensa, que a empresa começará com transferências de valores entre pessoas,
no desenho conhecido como P2P (‘peer to peer’).
“Whatsapp vai
entrar, vai começar fazendo P2P em breve. Eu tenho conversado bastante com o
CEO do Whatsapp, inclusive ele tem me dito que o processo no Banco Central foi
mais rápido do que em outros países”, disse.
“Então a gente
está avançando bastante com o processo, vai começar com P2P e depois vai fazer
P2M (transferência entre pessoas e estabelecimentos). Nossa única preocupação é
passar por todos os critérios de aprovação e que a gente tenha sistema que
fomente competição, do mesmo jeito que estamos conversando com Google e com
outros”, completou.
Além do
Whatsapp, o BC está conversando com o Google e outras big techs, pontuou Campos
Neto, destacando que há vontade de estar no Brasil, que conta com mercado
consumidor “bastante amplo”, com “oportunidade na digitalização”.
O BC suspendeu o
serviço anunciado pelo Whatsapp, o Facebook Pay, em 23 de junho, alegando a
necessidade de que ele passasse por um processo de autorização. O modelo
lançado no Brasil pela companhia em 15 de junho previa a transferência de
recursos por meio do aplicativo através de cartões, com utilização dos sistemas
de pagamentos existentes da Visa e da Mastercard.
Na época, fontes
próximas às discussões apontaram que o lançamento de pagamentos pelo Whatsapp
antes do início pleno de operações do Pix poderia afetar negativamente a nova
plataforma do BC.
Isso porque o
Whatsapp é utilizado em larga escala no país e poderia já consolidar um mercado
novo, blindado de concorrência, antes das transferências de pessoa física para
pessoa física serem também facilitadas -- e barateadas-- com o Pix. O Pix foi
lançado nesta segunda-feira pelo BC, em linha com cronograma divulgado há
meses.
O pagamento
instantâneo pelo Pix funcionará 24 horas por dia, todos os dias do ano, a um
custo operacional significativamente mais baixo que o de modalidades
conhecidas, como transferências do tipo TED ou DOC e pagamentos por cartões de
crédito e débito. Segundo o BC, o custo do Pix é de 1 centavo para 10
transações.
As operações de
pessoa física para pessoa física no Pix são gratuitas desde que feitas por
meios eletrônicos. As compras feitas por pessoas físicas com o Pix tampouco
podem ser tarifadas. Em contrapartida, os bancos poderão taxar as transações
com Pix feitas entre empresas, tanto na ponta do pagador quanto do recebedor.
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