(Foto: Divulgação)
“No Brasil como um todo, o número de
pessoas interessadas em votar nos candidatos de Bolsonaro é menor que 30%”,
avalia o sociólogo Marcos Coimbra, do Instituto Vox Populi. Pesquisas da última
semana confirmam projeções de Coimbra. Assista entrevista dele à TV 247
01 de Novembro de 2020
O sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra,
analisou, em participação no programa Giro das 11, a situação dos candidatos
apoiados direta ou indiretamente por Jair Bolsonaro, que disputam o pleito
eleitoral de 2020. Ele afirma que as candidaturas identificadas com Bolsonaro
"estão derretendo". As pesquisas da última semana confirmam as
projeções de Coimbra. Segmentos da imprensa conservadora, que apostavam numa
vitória bolsonarista nas eleições, começaram a aderir à visão de Marcos Coimbra
(leia no final).
Ele observa que “os candidatos não estão mal porque começaram tarde a
campanha, ou porque Bolsonaro não tem partido, mas simplesmente porque as
pessoas não querem votar em nomes ligados ao bolsonarismo”.
‘Trinta por cento querem, outros 70% dos eleitores não. Como que se
ganha eleições se 70% não votam em você?’, questionou.
Coimbra citou como exemplo de desempenho as duas maiores cidades do
Brasil. O candidato à reeleição no Rio de Janeiro, Marcelo Crivella
(Republicanos), em terceiro lugar nas pesquisas, tem chances cada vez mais
remotas de ir ao segundo turno. Já em São Paulo, Celso Russomanno
(Republicanos) caiu 7% nas últimas semanas.
‘No Rio, Crivella imita Russomanno. Agarram-se com todas as suas forças
a Bolsonaro. Chega a beirar o ridículo’, critica.
Segundo o sociólogo, “a eleição para Bolsonaro será ruim, mas se não
fosse a pandemia seria ainda pior, pois estamos em um cenário muito
relativizado”.
Ele considera que a criação do auxílio emergencial freou uma conjuntura
ainda mais drástica para Bolsonaro. “Ocorreu uma imensa transferência de
recurso para a maioria mais vulnerável da população”, explica.
“Nós sabemos que esse programa nunca foi da intenção de Bolsonaro, mas
foram forçados por conta da pressão política e social. Isso refletiu
positivamente em sua popularidade”, acrescentou.
O sociólogo concluiu sua fala dizendo que “Bolsonaro cresceu 9 pontos
percentuais em sua popularidade às custas de R$ 400 bilhões concedidos ao
auxílio emergencial” e que “se ele fosse um cara mais respeitável e gostável,
esse número seria muito maior”.
Folha de S.Paulo adere à visão de Coimbra
O jornal conservador Folha de S.Paulo, que vinha apostando até agora na
vitória de candidatos de direita apoiados por Bolsonaro nas capitais, mudou sua
aposta neste sábado (31).
Leia trechos do artigo publicado pelos jornalistas Gustavo Uribe, Ranier
Bragon e Daniel Carvalho:
"O principal receio que levou Bolsonaro a hesitar em apoiar
candidaturas às eleições municipais deste ano, o de ligar o seu nome a
fracassos eleitorais, corre o risco de se tornar realidade, mostram as mais
recentes pesquisas.
Em um primeiro momento resistente a entrar na disputa no primeiro turno,
o presidente cedeu à pressão de aliados e anunciou apoios. Os nomes escolhidos
por ele, no entanto, assim como outros que, mesmo sem o apoio, tentam colar
suas imagens à de Bolsonaro, enfrentam adversidades eleitorais.
Nomes que encampam um discurso antipolítica, vários deles alinhados a
Bolsonaro, têm amargado as últimas colocações em pesquisas do Datafolha e do Ibope,
a maior parte delas lideradas por nomes já conhecidos do mundo político."
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