Por Fernando
Brito | 11 de dezembro de 2020
Morreram ontem
848 brasileiros, a segunda maior marca de mortes diárias desde o final de
setembro.
Se tivéssemos
a vacina – e não temos – e um plano para aplicá-la – e também não temos –
levaríamos meses para imunizar uma parcela significativa da população – e não o
faremos, tão cedo.
Mas para o
Presidente da República, “ainda estamos vivendo um finalzinho de pandemia”.
A menos que a
tenha lido num mapa astrológico de Olavo de Carvalho, não se sabe de onde Jair
Bolsonaro tirou essa.
Se tudo não
piorar, o “finzinho” de Bolsonaro será o fim de algumas dezenas de milhares de
vidas.
Mas está
piorando, e sensivelmente. Hoje, as Santas casas de Misericórdia anunciaram que
já não têm vagas, a mesma situação da rede pública do Rio, de Santa catarina e
de outros estados. Em São Paulo, o mais importante hospital de infectologia, o
Emílio Ribas, está virtualmente lotado.
Mas Jair
Bolsonaro não sente. Ele, aliás, não sente nada que se possa classificar como
sentimento humano.
Hoje, o
presidente da Argentina, Alberto Fernández anunciou o início da vacinação ainda
em dezembro, usando a vacina Sputnik V, com a imunização de 10 milhões de
pessoas – um quarto da população, praticamente – até fevereiro quando nós, com
sorte, estaremos começando a fazer algo por aqui.
Para superar
as resistências “ideológicas”, Fernández anunciou que será o primeiro a tomar,
em público, o imunizante russo.
Bolsonaro nem
liga. O negócio é a Bolsa, que está “bombando”, porque o mercado não se importa
com cadáveres enquanto tudo estiver funcionando.
Somos
governados por um monstro. E o pior é que ele não está “no finalzinho”.
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