“É
impossível esperar mais pelo julgamento da suspeição de Moro, com as
descobertas da defesa de Lula nos arquivos da Vaza Jato.”
30 de janeiro de 2021
Em petição ao ministro Ricardo Lewandowski, a defesa do presidente Lula
apresentou trechos inéditos das mensagens conhecidas como Vaza Jato revelando
de forma contundente que o juiz Sergio Moro tramou com os procuradores de
Curitiba da denúncia contra Lula, antes mesmo de ela ser formalizada. A revista
Veja teve acesso à petição e publicou as conversas, antes que todo o material
fosse posto em sigilo de Justiça pelo ministro Lewandowski.
“É impossível esperar mais pelo julgamento da suspeição de Moro, com as
descobertas da defesa de Lula nos arquivos da Vaza Jato. Juiz tramou denúncia
com procuradores desde o início. Combinaram até delações. Credibilidade da
Justiça está nas mãos do STF”, cobrou a presidenta do PT, deputada federal
Gleisi Hoffmann (PR).
As mensagem secretas do Telegram escancaram acertos entre Moro e
Dallagnol em atos processuais, na formulação de acordos sobre como proceder em
denúncias, meses antes da apresentação formal dos casos, o que evidencia a
estratégia de primeiro condenar e, depois, construir processos, obter delações
e produzir “provas”.
“Em uma das mensagens, trocadas em 16 de fevereiro de 2016 e incluída
pela defesa de Lula na ação, o então magistrado pergunta se os procuradores têm
uma “denúncia sólida o suficiente”, afirmou a revista na reportagem, fato que
comprova a suspeita urgência de Moro no processo contra Lula.
Naquele momento, a Lava Jato de Curitiba estava disputando com a Justiça
Estadual de São Paulo a jurisdição sobre o caso do tríplex, o que explica a
cobrança de celeridade que o juiz Sérgio Moro demonstra em sua primeira frase
no diálogo com o procurador Deltan Dallagnol.
A mensagem mostra que Sérgio Moro e os procuradores tramavam a denúncia
antes mesmo de abrir o processo contra Lula, planejando antecipadamente a
escolha de futuros delatores, do que teriam a dizer, como revela Dallagnol.
A troca de mensagens ocorreu uma semana antes da condução coercitiva
ilegal de Lula, que já estava sendo grampeado ilegalmente, assim com seus
advogados, assessores e, inclusive, seus familiares, em especial Dona Marisa.
Em mensagens trocadas entre 28 de novembro e 1º de dezembro de 2015,
Deltan e Moro comentam sobre reunião com “os suíços, que vêm pra cá pedindo
extremo sigilo quanto à visita”, situação depois negadas por eles.
Os trechos enviados pela defesa ao STF na petição não haviam sido
revelados nas diversas reportagens da Vaza Jato e, a exemplo do registro das
conversas realizadas no dia 23 de fevereiro, são mais comprometedores do que
tudo que já foi divulgado.
Para os advogados de Lula, citados na reportagem da Veja, “é possível
desde já constatar, para além da escancarada ausência de equidistância que
deveria haver entre juiz e partes.
Eles apontam como exemplos, a efetiva existência de troca de
correspondência entre a “Força Tarefa da Lava Jato” e outros países que
participaram, direta ou indiretamente, do Acordo de Leniência da Odebrecht,
como, por exemplo, autoridades dos Estados Unidos da América e da Suíça.
A defesa de Lula também adverte para a existência de documentos e
informações que configuram quebra da cadeia de custódia relacionados aos
sistemas da Odebrecht.
E, ainda, a busca selvagem e a lavagem de provas pelos órgãos de
persecução, com a ciência e anuência do juízo de piso.
Blog do Esmael
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