Por Fernando Brito | 28/01/2021
Jair Bolsonaro soltou – lamento, mas passou dos limites tratá-lo com
urbanidade – outro zurro hoje, em visita a Alagoas:
“O povo brasileiro é forte, povo brasileiro não tem medo do perigo.
Sabemos quem são os vulneráveis, que são os idosos e os que têm comorbidades. O
resto tem que trabalhar”
É mesmo?
Vamos então colocar idosos e comórbidos em campos de concentração, sem contato
com os “fortes”? Separar filhos e pais, maridos e mulheres, avós de netos, e a
todos eles vamos alimentar com ração – quem sabe, Leite Moça.
São “apenas” 33,5 milhões de brasileiros e brasileiras com 60 anos ou
mais e some aí os com menos idades mas com diabetes, cardiopatias e obesidade
(aquilo que o presidente exprime por “arrobas”).
Quem sabe montamos grandes acampamentos no Pantanal ou na Amazônia onde,
com um pouco de “sorte”, incêndios ou falta de oxigênio os matem e concluam a
reforma da previdência tão querida pela nossa direita?
Já houve um sujeito assim, décadas atrás, na Alemanha, que achava que
deficientes, doentes – além dos judeus, claro – deveriam ser isolados e não
prejudicar a construção do grande Reich.
Este criminoso deixou o país sem comando na área sanitária, com um
ministro patético exilado no Amazonas, agindo no improviso – inclusive com a
transferência de milhares de pacientes de uma região que tem uma variante de
poder temível sem que os destinos fossem submetidos a um bloqueio especial,
como alertou hoje o ex-ministro Luiz Mandetta.
Cínico, procrastina a confirmação da compra de mais doses da única
vacina que, na prática, temos aqui, a Coronavac, provoca a China, da qual
dependemos para tê-la e participa de uma patranha da suposta compra de 33
milhões de doses por empresários de um “vendedor fantasma”, assemelhado a um
traficante de vacinas que a Astrazêneca diz que não tem como entregar.
E agora, para completar o que se disse aqui antes, fica-se sabendo, por
Lauro Jardim, em O Globo, que Flávio Bolsonaro está envolvido nas negociações
sobre estas vacinas-pirata.
Era o que faltava, se é que falta algo.
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