Por Fernando Brito | 1º de Janeiro de 2021
No judiciário brasileiro, não é que o impensável aconteça. É que
acontece toda semana.
Agora é a 10ª Vara Criminal Federal do Distrito Federal que arranja uma
“chicana” para evitar que a defesa do ex-presidente Lula tenha acesso aos
diálogos travados por Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros procuradores da
Lava Jato, apreendidos na Operação Spoofing, que deteve Walter Delgatti Neto –
o “hacker de Araraquara”, que os baixou dos aplicativos Telegram de seus
celulares funcionais. Diz, para não entregar, que a documentação está com o
Ministério Público.
Foi preciso que o ministro Ricardo Lewandowski, que determinara o acesso
segunda-feira, despachasse novamente, hoje, em termos duros, para que sua
determinação seja cumprida:
A decisão proferida no dia 28/12/2020 deve ser cumprida
independentemente de prévia intimação ou manifestação do MPF, sobretudo para
impedir que venham a obstar ou dificultar o fornecimento dos elementos de prova
cujo acesso o STF autorizou à defesa do reclamante.
É inacreditável que um ministro do Supremo tenha de dar “pito” em um
juiz federal para que este cumpra uma ordem expedida em habeas corpus.
Ou, corrijo-me, não é inacreditável, porque nos processos contra Lula
isso é a coisa mais corriqueira.
0 comments:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor