Deltan Dallagnol, quando estava à frente da
Operação Lava Jato no Paraná, trabalhou em proposta legislativa para mudar a
forma de escolha de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), segundo
mostram conversas em um aplicativo de mensagens obtidas na Operação Spoofing.
Ele também discutiu proposta para facilitar abertura de processos de
impeachment contra membros da Corte
22 de fevereiro de 2021
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Deltan propôs mudanças no STF para evitar a entrada de "um
Toffoli" e para facilitar abertura de processos de impeachment contra
membros da Corte.
Em diálogo com um advogado, Deltan disse, em 3 de fevereiro de 2018,
"que o que dá pra fazer é apenas criar um ambiente mais favorável a que
não entre um [Dias] Toffoli no STF". Indicado por Lula à Corte, o ministro
Dias Toffoli impôs freios à Lava Jato quando esteve à frente do Supremo. O
procurador sinalizou ser favorável a ministros com perfil como os de Luís
Roberto Barroso e Edson Fachin, apoiadores da Lava Jato (ambos já eram
ministros do STF à época da conversa).
Por meio do Telegram, Deltan submeteu a proposta ao advogado Caio Farah
Rodriguez, que, em 2016, atuou no acordo de leniência da Odebrecht. O
procurador defendeu a adoção de uma lista tríplice para que novos integrantes
chegassem ao STF nos momentos de substituição.
"É uma proposta que cria um colegiado (de presidentes de tribunais,
PGR [Procuradoria Geral da República] e defensor público...) para formar uma
lista tríplice", escreveu o procurador, lembrando ter abandonado ideia de
que o nome de um novo ministro do STF não fosse aprovado apenas pelo Senado,
mas também pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O diálogo foi obtido após ataque hacker que teve acesso a conversas de
integrantes da Lava Jato. Apreendidas pela Operação Spoofing da PF, as
mensagens tiveram acesso liberado pelo STF à defesa de Lula. Ele foi
apresentado pela perícia de Lula ao Supremo na última quarta-feira (17).
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