(Foto: STF - Divulgação)
Ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que a
Lava Jato não tinha "mais agentes públicos atuando dentro da esfera de
suas competências e sim "transgressores da lei". "Isso é
extremamente grave", disse. "Quem é o chefe/coordenador da Lava Jato
segundo esses vazamentos, esses diálogos? É o [Sergio] Moro, que eles
[procuradores] chamavam de russo", criticou
5 de fevereiro de 2021
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes destacou,
nesta sexta-feira (5), a violação das leis cometidas por Sérgio Moro e o
procurador Deltan Dallagnol durante a Lava Jato. O ministro da Corte afirmou
que o ex-juiz era o chefe da operação, em uma conduta que, segundo Gilmar, era
um reflexo "de um total descolamento institucional".
Ao comentar a incorporação dos
membros da força-tarefa ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) do Paraná, o ministro afirmou que a Procuradoria-Geral da
República "detectou uma desinstitucionalização (...)". "Veja,
nós já não tínhamos mais agentes públicos atuando dentro da esfera de suas
competências, tínhamos transgressores da lei e isso é extremamente grave e
lamentável", disse o ministro em entrevista à CNN Brasil.
De acordo com Gilmar, os diálogos revelados sobre as conversas de Moro
com procuradores do Ministério Público Federal indicaram que a Lava Jato
"estava em outra estratosfera". "Sequer pertencia ao Ministério
Público, você não vê ninguém da Procuradoria Geral da República (PGR), nenhum
corregedor. Quem é o chefe/coordenador da Lava Jato segundo esses vazamentos,
esses diálogos? É o [Sergio] Moro, que eles [procuradores] chamavam de
russo", continuou.
O ministro reforçou que os membros da operação "diziam até seguir o
Código de Processo Penal (CPP) da Rússia". "Isso é sintomático de um
total descolamento institucional. Daí talvez a importância desse regresso ao
Brasil. Eles talvez tenham que estabelecer relações via Gaeco",
complementou.
O ex-juiz era chamado não apenas de "Russo" e de
"Putin", referência ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Procuradores também afirmavam ter um código de processo penal exclusivo para
eles e, portanto, fora da lei brasileira, um "Código de Processo Penal da
Rússia".
As várias condutas irregulares de Moro e do MPF-PR foram divulgadas pelo
site Intercept, a partir de junho de 2019, e continuam sendo reveladas, agora
pela defesa do ex-presidente Lula, após liberação do Supremo Tribunal Federal.
Em uma das conversas, Dallagnol deixou a clara a sua parcialidade em ação
contra o petista. "O material que o Moro nos contou é ótimo. Se for
verdade, é a pá de cal no 9 e o Márcio merece uma medalha", disse.
Em outra mensagem, Moro perguntou se os procuradores têm uma
"denúncia sólida o suficiente" contra Lula.
Na terça-feira (2), Gilmar disse que "Lula é digno de um julgamento
justo".
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