Gabeira e Dallagnol com a fundadora do Vem
Pra Rua do RJ no lançamento de livro do procurador
Por Kiko Nogueira - 1 de fevereiro de 2021
O conluio com a Lava Jato é o capítulo mais baixo da imprensa brasileira
desde o apoio ao golpe de 64.
É ingenuidade esperar autocrítica porque não virá e porque não faz
diferença — a mídia tem agenda e é, inescapavelmente, canalha.
O que se passou por jornalismo investigativo era um esquema de
vazamentos que eram publicados em qualquer critério ou apuração.
O fato de os documentos virem das “autoridades” os chancelava.
Na Globo, ficou famosa a história de que o diretor Ali Kamel montou uma
“sala de guerra” em 2017 para destrinchar as delações dos executivos da
Odebrecht.
Vladimir Neto, filho de Míriam Leitão, escalado para porta-voz da Lava
Jato no Jornal Nacional, virou autor best seller com uma hagiografia do ex-juiz
que inspiraria, mais tarde, a série “O Mecanismo”, empulhação de José Padilha.
Dallagnol já apareceu em conversas vazadas se jactando de ter almoçado
com João Roberto Marinho.
“É ele quem, segundo muitos, manda de fato na Globo. Responsável pela
área editorial do grupo. A pessoa que mais manda na área de comunicação no
país”, disse no Telegram.
Segundo DD, João Roberto prometeu “abrir espaço de publicidade
gratuitamente” para suas 10 medidas contra a corrupção. Vladimir prestou
consultoria numa resposta sobre a condução coercitiva de Lula.
Fernando Gabeira, o boca mole, fez turnê literária com Deltan.
Nos novos trechos liberados pelo STF à defesa do ex-presidente, cujo
sigilo foi levantado por Lewandoswki, fica claro como os procuradores encaravam
esses “parceiros” nas redações.
“Pessoal, a questão da empresa de Roberto Teixeira, acho que não dá para
investigar, pois resta claro que quem está por trás é Lula”, afirma Orlando
Martello Júnior (que aparece como “Orlando SP).
“Logo, temos que pensar se não é bom jogar esta informação para os
jornalistas abutres para fazer o papel deles”.
Jornalistas abutres. Nada mais, nada menos.
Parte do serviço sujo era feito por eles. Porretes da Justiça. Capangas.
Jagunços dos coronéis de Curitiba. Pistoleiros de aluguel.
Vai levar muito tempo para limpar a reputação de quem se sujou com a
turma de Moro & cia em nome de seja lá o que for, mas nunca foi jornalismo.
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