(Foto:
(Rafael Carvalho/Governo de Transição/Divulgação))
Seis pessoas com cargos no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara
dos Deputados, antes de 2007, receberam R$ 1,58 milhão e retiraram, em dinheiro
vivo, pelo menos R$ 1,41 milhão quando se tornaram assessores de Flávio e
Carlos Bolsonaro. Dos grupo de seis ex-assessores, pelo menos quatro têm grau
de parentesco com Jair Bolsonaro ou com uma de suas ex-mulheres
25 de março de
2021
Seis pessoas
com cargos no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, antes de
2007, sacaram pelo menos 90% dos salários que receberam quando se tornaram,
anos depois, assessores de Flávio e Carlos Bolsonaro na Assembleia Legislativa
do Rio (Alerj) e na Câmara Municipal do Rio, respectivamente. Elas ganharam R$
1,58 milhão e retiraram, em dinheiro vivo, pelo menos R$ 1,41 milhão. O
escândalo da "rachadinha" aproxima-se cada dia mais do presidente da
República.
O Judiciário
quebrou o sigilo bancário dos seis funcionários no âmbito da investigação sobre
"rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos) quando o
parlamentar ocupava um cargo na Alerj antes de ser eleito para o Senado.
De acordo com
o portal Uol, do grupo de seis ex-assessores, pelo menos quatro têm algum grau de
parentesco com Jair Bolsonaro ou com uma de suas ex-mulheres. Uma é Juliana
Siqueira Guimarães Vargas, prima de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda
ex-mulher de Bolsonaro.
Juliana passou
trabalhou na Câmara dos Deputados, entre 1999 e 2003. Depois foi trabalhar com
Flávio Bolsonaro na Alerj, onde ficou por oito anos, até 2011. Entre 2007 e
2011, Juliana recebeu R$ 326 mil da Alerj, entre salários e benefícios. Sacou
pelo menos R$ 244 mil (75%).
Entre os
ex-assessores também estão os dois primeiros sogros de Bolsonaro: João Garcia
Braga, pai de Rogéria Bolsonaro, primeira mulher do atual presidente, e José da
Silva Valle, pai de Ana Cristina. Na lista, ainda está Marselle Lopes Marques,
amiga de Ana Cristina.
Os três - João
Garcia, José da Silva e Marselle - começaram trabalhando com Jair, na Câmara de
Deputados, e foram para o gabinete de Flávio, na Alerj. O percentual de saques
de salários é acima de 90%, nos três casos.
O advogado que
representa Ana Cristina afirmou que a "defesa não vai se manifestar tendo
em vista o sigilo do processo". "No entanto, como já informado
anteriormente, não podemos deixar de repudiar o vazamento de tais informações
que foram consideradas nulas pelo Superior Tribunal de Justiça".
Em nota,
Frederick Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro, afirmou que o parlamentar
"nunca monitorou os hábitos financeiros e de consumo dos servidores que
trabalharam em seu gabinete na Alerj". "A forma como administravam as
próprias contas era responsabilidade apenas deles. Seria no mínimo absurdo o
parlamentar fazer tal tipo de controle e, portanto, não passa de fantasia a
ideia de que houve rachadinha em seu gabinete".
Investigações
O Ministério
Público do Rio (MP-RJ) investiga o senador Flávio Bolsonaro por causa de um
esquema de rachadinha na Alerj. O parlamentar foi denunciado pelo órgão junto
com o ex-assessor Fabrício Queiroz, preso em junho do ano passado em Atibaia
(SP), onde estava escondido num imóvel pertencente ao advogado Frederick
Wassef.
Flávio e
Queiroz são acusados de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa,
foi oferecida à Justiça do Rio em 19 de outubro.
Policial
Militar aposentado, Queiroz é acusado de movimentar R$ 1,2 milhão em sua conta
de maneira considerada "atípica", segundo relatório do antigo
Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). O ex-assessor deve seguir em prisão
domiciliar.
No dia 16
deste mês, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu que não há ilegalidade
na forma e amplitude como o Coaf compartilhou dados fiscais sigilosos do
senador com o MP-RJ. A operação da Coaf foi fundamental para a abertura da
investigação das rachadinhas.
A denúncia do
MP-RJ ainda será analisada pelo Órgão Especial do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro), segunda instância que trata de casos dos deputados.
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