(Foto: Divulgação)
Jornal O Globo, que apoiou o golpe militar
de 1964 e a derrubada de Dilma Roussef em 2016, publicou um editorial pedindo
que os generais não “embarquem em qualquer aventura da delirante fantasia
bolsonarista”
31 de março de 2021
O jornal O Globo, que apoiou o golpe militar que desaguou na
ditaduramilitar de 64, e o golpe contra Diolma Roussef em 2016, publicou nesta
quarta-feira (31) um texto pedindo que os generais não “embarquem em qualquer
aventura da delirante fantasia bolsonarista”. Além do apoio à ditadura, o grupo
Globo também deu sustentáculo à chegada de Bolsonaro.
No editorial, o jornal da família Marinho destaca que as Forças Armadas
vivem atualmente uma crise “sem paralelo em pelo 40 anos” motivada pela demissão
do general Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa. Ainda segundo o
texto, a saída subsequente dos comandantes do Exército (Edson Pujol), Marinha
(Ilques Barbosa) e da Aeronáutica (Antônio Carlos Bermudez), demonstra “que não
será fácil ao presidente Jair Bolsonaro usá-las [as FFAA] para fins políticos”.
“Está claro, em que pese a coincidência no calendário, que o cenário
institucional hoje é bem diferente. Não há nenhuma indicação de que os
militares aceitariam deixar de se submeter à Constituição e ao Estado
democrático de direito, para embarcar em qualquer aventura da delirante
fantasia bolsonarista”, diz um trecho do editorial.
O jornal também ressalta a carreira militar e política do ex-capitão e o
compara ao ex-presidente venezuelano Hugo Chavez, já falecido. “Capitão expulso
do Exército por indisciplina, Bolsonaro dedicou sua vida política a atrair
apoio entre militares de baixa patente e policiais. Eleito presidente, aumentou
as ambições. Inspirado talvez no caudilho venezuelano Hugo Chávez, parece
almejar uma mistura de governo e Forças Armadas no poder. É a receita da
tragédia. O modelo chavista destruiu a Venezuela”, destaca.
“Bolsonaro se caracteriza pelo desassombro e pelo desrespeito a limites.
Tornou o Brasil pária mundial pela atuação no meio ambiente, no combate à
Covid-19 e noutras áreas. Para o próprio bem, os militares não devem compactuar
com os devaneios de um impensável retrocesso democrático”, finaliza o texto.
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