(Foto:
Brasil 247 | REUTERS/Bruno Kelly)
Cientista e médico Miguel Nicolelis faz duras críticas aos
políticos brasileiros, que segundo ele contribuíram para o colapso, e diz que o
mês de março será “o pior de nossa história”. “A sociedade brasileira tem que
parar de brincar”, alerta
5 de março de
2021
O
neurocientista e pesquisador brasileiro Miguel Nicolelis, que se transformou
hoje no principal porta-voz da pandemia do coronavírus do Brasil no mundo, deu
sua previsão do nosso colapso em entrevista concedida à TV 247 na noite desta
sexta-feira (5): “ou o Brasil para por 21 dias ou vamos dobrar o número de
mortos nos próximos meses”.
“O Brasil vai
se transformar não num pária, ele já é um pária, vai se transformar num
laboratório a céu aberto de criação de novas variantes do Covid-19. O mundo já
sabe disso”, disse Nicolelis, que também é médico.
Na entrevista,
ele faz duras críticas aos políticos brasileiros, que segundo ele contribuíram
para o colapso, e diz que o mês de março será “o pior de nossa história”. E
cobrou o Judiciário para que faça algo diante da inépcia do governo federal.
Questionado
sobre volta às aulas presenciais, respondeu: “Não é possível ter aulas
presenciais com a pandemia fora de controle. É simples assim”.
E fez uma
análise sobre o futuro do planeta e as escolhas da sociedade. “Qual é a opção
que vamos escolher? Nos transformar na maior catástrofe do século ou nos unir e
tomar as providências que têm que ser tomadas para que nossos filhos e netos
tenham um país, uma nação, democrática, onde eles possam viver?”, indagou.
“Essa é a
equação que está sendo colocado para todo brasileiro que faz festa ou para
nossos governantes que têm feito medidas a conta-gotas”, acrescentou. “A
sociedade brasileira tem que parar de brincar”, alertou, fazendo críticas a
eventos que estão ocorrendo normalmente em meio à pandemia, como o futebol. “Eu
sou fanático por futebol, mas não consigo nem olhar direito. Estamos mantendo o
circo no meio de uma pandemia”, lamentou.
Nicolelis
também falou sobre quebra de patentes, a qualidade das vacinas e o atraso da
vacinação no Brasil. E disse que “o Brasil deveria, nesse momento, ser abraçado
e cuidado”, assim como os familiares das vítimas. “Precisa de alguém com
empatia, com senso de humanidade, que pudesse dar às famílias o mínimo de
respaldo. É disso que o Brasil precisa”, criticou, em referência a Jair
Bolsonaro.
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