Foto: Agência Brasil/AFP
Por Vinicius Segalla - 3 de março de 2021
O procurador federal em Curitiba e chefe da extinta Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol, criou e colocou em prática o que ele mesmo batizou de “Plano
do LULA”: a orquestração de uma série de ataques e denúncias contra o
ex-presidente, que tinham por objetivo minar a imagem do ex-presidente perante
a opinião pública e, também nas palavras dos procuradores da extinta força-tarefa,
“consumir a moral” do acusado, para que ele deixasse “de ser a esperança de
alguns”.
É o que mostram os diálogos dos agentes da Lava Jato em um aplicativo de
celular que foram periciados pela Polícia Federal na chamada Operação Spoofing.
No mês passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) levantou o sigilo dessas
conversas e determinou que as autoridades competentes compartilhassem este
conteúdo com os advogados de defesa de Lula.
Na última segunda-feira, uma nova parte desses diálogos foi protocolada
pelos representantes do ex-presidente junto ao STF. É nela que se pode vero
plano de Dallagnol para entrar acabar com aquele que a força-tarefa elegeu como
seu maior alvo.
Conforme o DCM publicou na última segunda, especialistas em Direito
Penal e Direito Processual penal explicam que a práticas de selecionar um alvo
e contra ele voltar as baterias acusatórias de um órgão investigador (no caso,
o Ministério Público Federal) é o que se chama “Direito Penal do Autor (ou do
Inimigo)”, e não encontra guarida legal em nenhuma democracia do mundo.
Mas foi o que fizeram Deltan Dallagnol e sua turma, conforme se vê nas
mensagens abaixo, do dia 16 de setembro de 2016, trocadas entre os
procuradores. O plano do chefe da operação consistia em um ataque orquestrado
com uma série de denúncias diferentes, ao longo de cinco semanas, em busca de
otimizar o resultado perante à opinião pública.
O requinte do plano trazia inclusive a estratégia de “publicizar” em
dias diferentes denúncias que seriam feitas no mesmo dia, para que os
noticiários sempre tivessem algo a divulgar:
16 Sep 16
• 14:25:12 Deltan Caros, segue plano do LULA que consta em email
anterior:
• 14:27:35 Deltan Acho que está algo defasado, mas temos que organizar
as próximas etapas. Alguém tem algo mais atualizado? Semana 1 – Lula – triplex
e lavagem – QUINTA DIA 28 (meta terça dia 26). Semana 2 –
corrupção da mudança – está pronto a lavagem, falta a corrupção que será
a mesma da primeira denúncia. Semana – coringa – oferecer junto mas publicizar
depois – cautelares patrimoniais – está pronto, só mudar o pedido. Semana 3 –
lavagem sítio e corrupção odebrecht – Athayde vai trabalhar na corrupção. Semana
4 – LILS e palestras. Semana 5 – terreno Julio e Roberson trabalharão na
lavagem. Assessor Isabel nas improbidades para irmos soltando 1. Triplex e
mudança – Roberson e Julio 2. Sítio – tatá 3. Empréstimo schahin – Jerusa 4.
Apartamento contíguo 5. Instituto e LILS 6. Terreno Odebrecht 7. Sete Brasil –
tem chão Frentes – Griffen – antena oi – filhos – Estratégia de comunicação.
Não é o triplex, e quem estava por trás do Mensalão, e o maestro, e o
comandante. -Audiências Novo CENPES e Credencial – Diogo assumiu Credencial e
Taccla. Novo CENPES.
• 14:29:48 Isabel Grobba Isso se chama integridade! Hehehe
Fonte: STF
Como se vê, Deltan Dallagnol utilizou uma série de procuradores sob seu
comando para colocar em prática o “Plano do LULA”. O objetivo da operação se
torna cristalino quando se lê as mensagens de outro procurador da Lava Jato,
Antônio Carlos Welter, do dia 20 de abril de 2017.
O que se buscava era “consumir a moral de Lula aos poucos”, para que ele
“deixasse de ser a esperança de alguns”:
20:40:51 Welter Prr O Lula precisa ser desmascarado antes de poder ser
preso.
• 20:41:12 Welter Prr Ele tem que deixar de ser a esperança de alguns
• 20:41:41 Welter Prr Vai ter que ter a moral consumida aos poucos
• 20:42:32 Welter Prr Vai ter que sair a acao do sitio e depois e da
conta
amigo
• 20:42:37 Welter Prr E depois outra
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