(Foto: REUTERS/Sergei Karpukhin)
O chanceler russo, Serguei Lavrov, disse em
entrevista que os EUA exercem pressão sobre o Brasil para não adquirir a vacina
Sputnik V, que já vem sendo usada com eficácia em 62 países ao redor do mundo
28 de abril de 2021
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, revelou em
entrevista à Sputnik que os Estados Unidos não escondem que exercem pressão
sobre o Brasil na questão da vacina russa Sputnik V.
Comentando o fato de os EUA terem confirmado que estão fazendo esforços
em relação ao Brasil para este rejeitar a vacina russa Sputnik V, o chanceler
russo disse que não está surpreendido.
"Não estou surpreendido com isso. Os norte-americanos não se
acanham de estar fazendo este trabalho. Eles não estão escondendo isso",
disse Lavrov.
Lavrov afirmou que a administração anterior fez algo similar, quando o
então secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo viajou pela África e
apelou publicamente nas coletivas de imprensa a seus colegas para não
cooperarem e negociarem com a Rússia e China, porque estes países "têm
objetivos egoístas", enquanto os americanos negociam com os países
africanos "para o bem dos povos".
"No Brasil surgiu agora um movimento contra esta privação. E se os
norte-americanos admitiram que estão por trás deste resultado, então, é porque
são fiéis à sua lógica de que tudo é permitido para eles e já não se acanham de
dizer isso publicamente", declarou Lavrov.
O chanceler da Rússia lembrou que o presidente francês, Emmanuel Macron,
disse que estava acontecendo uma nova guerra, com a China e a Rússia usando a
vacina como arma e ferramenta de propaganda. Mas agora a situação está mudando.
"Agora tudo isso está passando, recuando para o segundo plano. Já a
Alemanha, inclusive a chanceler Merkel, está falando seriamente que é possível
usar a vacina russa. Não vamos forçar ninguém a fazê-lo. Acredito que a vida
colocará tudo em seu lugar", afirmou o ministro russo.
Também há pedidos sobre a compra de vacinas e auxílio emergencial para
os ministérios da Economia e das Relações Exteriores e para a Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária), Conass (Conselho Nacional de Secretários de
Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias de Saúde).
Na segunda-feira (26), a Anvisa negou pedido de importação da vacina
Sputnik V por governos estaduais brasileiros.
Os governadores do Nordeste se reuniram na terça-feira com equipe russa
para discutir sobre a Sputnik V, cujo instituto produtor desafiou a agência
brasileira para um debate público sobre eficácia da vacina.
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