(Foto: ABr)
"Sérgio Moro e os parceiros na PF,
MPR, judiciário, mídia etc que tomaram parte desta engrenagem têm de ser
responsabilizados pela corrupção do sistema de justiça e pelas injustiças
cometidas contra Lula e sua família, como também têm de ser responsabilizados
pelas consequências catastróficas e profundas que legaram ao país", aponta
Jeferson Miola
18 de abril de 2021
Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto
Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial
. . .
A Lava Jato chega ao fim deixando várias heranças catastróficas em uma
nação destroçada e espoliada.
A maior corrupção judicial da história da humanidade, a milicianização
das instituições, o gangsterismo político e o descrédito na justiça são algumas
destas heranças.
O golpe contra Dilma, a destruição da economia, a dissolução de setores
estratégicos, a eliminação de mais de 4 milhões de postos de trabalho diretos e
a perda de quase R$ 200 bilhões em investimentos também são heranças malditas
da Lava Jato.
Mas o pior dos piores legados da Lava Jato é Bolsonaro e os generais que
tomaram o poder numa eleição manipulada pela gangue chefiada por il capo di
tutti capi Sérgio Moro.
O governo Bolsonaro é destas aberrações históricas que jamais
aconteceriam se não tivesse existido uma aberração de magnitude equivalente,
como a Lava Jato. Sem esta operação concebida nos EUA e chefiada por Moro no
Brasil, a farsa jurídica para tirar Lula da eleição de 2018 não seria viável.
Com o governo dos generais, o Brasil não só foi rebaixado para a 12ª
posição dentre as principais economias do planeta, como se tornou pária
internacional.
Durante os governos petistas, Lula e Dilma sentavam-se à mesa do G-7,
G-20, dos BRICS; a América do Sul prosperava, o Brasil comandava a FAO, a OMC,
o Novo Banco de Desenvolvimento e liderava as iniciativas mundiais sobre clima,
desenvolvimento sustentável e eliminação da fome no mundo.
Hoje o genocida do Planalto que desintegrou o continente e
desestabilizou a região é malquisto e rechaçado em praticamente todos os países
do globo. O governo genocida é considerado uma ameaça planetária.
A “eficácia” da diplomacia da vergonha é provada por turistas
brasileiros, só aceitos no México, Afeganistão, República Centro Africana,
Albânia, Costa Rica, Nauru e Ilha de Tonga.
Bolsonaro e os generais alçados ao poder graças à farsa lavajatista são
os dispositivos decisivos para a consecução do devastador saqueio e assalto dos
fundos públicos pelos capitais e oligarquias dominantes.
O Brasil é uma terra arrasada, queimada e derretida. Os povos
originários, as comunidades tradicionais e o povo negro estão sendo
alarmantemente alvejados por políticas de extermínio.
Hoje a maioria da população brasileira – 116 milhões de pessoas, que representam
55,2% da população, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e
Segurança Alimentar – passa fome em diferentes níveis de severidade. As
mulheres, as pessoas negras e residentes no norte e nordeste são as principais
vítimas.
Antes da Lava Jato, o Brasil vivia uma realidade de pleno emprego. Hoje,
com o governo militar parido pela Lava Jato, o desemprego formal beira os 15%,
afora dezenas de milhões de trabalhadores desalentados, precarizados,
uberizados e em situação de miséria.
O morticínio programado – bastante subnotificado, deve-se reconhecer –
de quase 400 mil brasileiros e brasileiras é a marca mais macabra da barbárie
instalada no Brasil pelo governo instalado com a farsa promovida pela Lava
Jato, que também legou ao país um ambiente de ódio, rancor e profunda divisão.
É impossível acreditar, diante das revelações acerca da monstruosa
patifaria engendrada pela gangue da Lava Jato, que alguém ainda possa defender
– quando não incensar, como fazem alguns ministros do STF – esta organização
criminosa que lançou o país no precipício e legou esta realidade trágica e
calamitosa.
Sérgio Moro e os parceiros na PF, MPR, judiciário, mídia etc que tomaram
parte desta engrenagem têm de ser responsabilizados pela corrupção do sistema
de justiça e pelas injustiças cometidas contra Lula e sua família, como também
têm de ser responsabilizados pelas consequências catastróficas e profundas que
legaram ao país.
O fim da Lava Jato não significa o fim do milicianismo lavajatista, que
continua bastante ativo nas instituições de Estado, na mídia hegemônica e nas
estruturas políticas da direita e da extrema-direita.
Somente num contexto de modificação da correlação social de forças
sociais será possível extirpar esta herança catastrófica da realidade nacional.
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