(Foto: Clauber Cleber Caetano/PR | Reuters)
Jornalista Vanessa Barbara, autora do
texto, calculou uma taxa de mortalidade de 1% e de 70% da população infectada,
na estratégia da "imunidade de rebanho"
28 de maio de 2021
A jornalista e escritora Vanessa Barbara publicou um importante artigo
no The New York Times, jornal mais influente do mundo, em que demonstra como a
estratégia de imunização de rebanho, levada adiante pelo governo Bolsonaro com
seu charlatanismo em torno da cloroquina, pode causar a morte de 1,4 milhão de
brasileiros.
"Bolsonaro aparentemente pretendia levar o Brasil à imunidade de
rebanho por infecção natural. Isso significa - assumindo uma taxa de
mortalidade de 1% e infecção de 70% como um limite para imunidade de rebanho -
Bolsonaro planejou pelo menos 1,4 milhão de mortes no Brasil", escreveu.
(leia aqui a íntegra do artigo). Saiba mais em reportagem sobre a estratégia
bolsonarista e vídeo da TV 247:
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro sugeriu em sua
tradicional live de quinta-feira que se tome chás usados por indígenas para
combater a Covid-19, após a defesa enfática da cloroquina e outros medicamentos
sem eficácia comprovada contra o coronavírus que vem fazendo desde o ano
passado.
Em sua transmissão pelas redes sociais a partir de Matucará, no
Amazonas, Estado onde cumpriu agenda pública, Bolsonaro disse ter conversado
com índios balaios. Segundo ele, nenhum havia morrido de Covid-19.
"Daí eu perguntei: foi antes da vacina? Foi antes da vacina, que já
foram vacinados também. Não morreram por quê? Tomaram alguma coisa? Vamos lá,
pessoal, anota aí: segundo eles, tomaram chá de carapanaúba, saracura ou jambu.
Não tem comprovação científica, certo, mas tomaram isso", disse.
O presidente comentou que a CPI da Covid poderia convidar os indígenas
para ouvi-los a respeito do uso desses chás. Disse ainda que também conversou
com índios ianomâmis que tomaram chá também. De acordo com ele, houve três
mortes nessa comunidade, sendo que todos eram idosos e, sem apresentar
evidência, "com toda certeza deveriam ter comorbidade".
O governo Bolsonaro tem sido alvo de críticas e da investigação da CPI
sobre possível desinteresse na aquisição de vacinas contra Covid-19 enquanto
defendia o uso da cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada contra
a doença.
Ainda assim, o presidente reforçou a sua defesa em favor da cloroquina,
agora evitando falar publicamente o nome do medicamente. "Eu tomei aquele
negócio que mostrei pra ema e no outro dia estava bom", disse.
0 comments:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor