(Foto: Divulgação)
Em telefonema, Bolsonaro disse ao premiê
indiano que havia resultados positivos da droga contra Covid no Brasil. Em
abril do ano passado, o Itamaraty pediu que a embaixada na Índia fizesse
gestões junto ao governo indiano para liberar uma carga de hidroxicloroquina
10 de maio de 2021
O ex-chanceler Ernesto Araújo mobilizou a diplomacia brasileira para
pedir a outros países o fornecimento de cloroquina ao país, mesmo depois que a
Organização Mundial da Saúde interrompeu testes clínicos com a droga e as
associações médicas alertaram para a ineficácia e os efeitos colaterais.
É o que revelam telegramas diplomáticos e informações de pessoas envolvidas
nas negociações, publicadas em reportagem na Folha de S.Paulo nesta
segunda-feira (10).
Ernesto Araújo, ex-chefe do Itamaraty, irá depor na quinta-feira (13) na
CPI da Covid bi Senado. Ele será questionado se o país sofreu prejuízos durante
sua gestão na aquisição de insumos e vacinas por causa da política externa do
governo Bolsonaro.
O Itamaraty envolveu-se numa verdadeira corrida à cloroquina logo depois
que Bolsonaro começou a falar em possível cura para a doença em suas redes
sociais, a partir de 21 de março do ano passado.
Naquele dia, o Ministério das Relações Exteriores pediu, em telegrama,
que os diplomatas tentassem “sensibilizar o governo indiano para a urgência da
liberação da exportação dos bens encomendados pelas empresas antes referidas
[EMS, Eurofarma, Biolab e Apsen] e outras que se encontrem em igual condição,
cujo desabastecimento no Brasil teria impactos muito negativos no sistema
nacional de saúde”. Na época, o governo indiano havia restringido a exportação
da cloroquina.
Em outra comunicação, no dia 15 de abril, o ministério pede que a
embaixada na Índia faça gestões junto ao governo indiano para liberar uma carga
de hidroxicloroquina comprada pela empresa Apsen antes de a exportação ser
vetada por Déli e para que a venda da droga seja normalizada.
Durante todo o mês de abril, houve inúmeros pedidos do Itamaraty para a
obtenção de cloroquina - defendida por Bolsonaro como “cura” para a Covid-19.
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