(Foto: Alan Santos/PR | Nelson Jr./SCO/STF)
"Acho que até a palavra 'logística' se
tornou uma maldição. 'Especialista em logística' se tornou um palavrão",
afirmou, em referência ao general Pazuello
16 de maio de 2021
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu
entrevista aos jornalistas Bela Megale, Aguirre Talento e Thiago Bronzatto, do
Globo, em qualificou como desastrosa a gestão da saúde no Brasil, no governo de
Jair Bolsonaro. "Eu tinha a expectativa de que, eleito presidente,
Bolsonaro iria se utilizar dos militares, porque ele é egresso das Forças
Armadas. Cada presidente tem uma certa cultura administrativa que prioriza
determinadas categorias. Os militares têm um distintivo de organização e de
competência em variadas áreas. Não obstante, acho que a questão da Saúde se
revelou problemática, e o resultado foi péssimo para o Brasil. Acho difícil
alguém dizer que essa gestão tenha sido boa ou positiva, e certamente não foi
boa para a própria imagem de eficiência, competência desses segmentos técnicos
das Forças Armadas. Acho que até a palavra 'logística' se tornou uma maldição.
'Especialista em logística' se tornou um palavrão", afirmou.
Gilmar confirmou ter sido procurado por Fabio Wajngarten, que
aparentemente fez lobby pela Pfizer. "Ele não se limitou a falar sobre a
Pfizer. Mais de uma vez ele esteve no meu gabinete. Antes dele já tinham estado
aqui o então ministro Pazuello com o ministro José Levi (ex-advogado-geral da
União). Foi quando iríamos julgar o caso da vacinação obrigatória. Pazuello
tinha falado das dificuldades que havia no contrato com a Pfizer, as exigências
da arbitragem ou a exigência de que eles não fossem responsabilizados no
Brasil. Depois, Wajngarten fez a mesma ponderação, só que em sentido contrário,
dizendo: 'Todos os países estão assinando esse acordo, por que que nós não
estamos?'. Ele se queixou da burocracia. Numa segunda vez ele esteve aqui, mas
já não falava da Pfizer, mas sim da Sputnik. Ele pareceu ansioso como cidadão e
como integrante do governo. Ficam sempre atribuindo a mim mais influência do
que eu propriamente tenho, né?", afirmou.
Em outro trecho, ele falou sobre uma conversa recente com Jair
Bolsonaro, em que este defendeu o voto impresso. "O presidente já falou
comigo sobre isso e disse que tinha certeza de que o Aécio Neves tinha vencido
as eleições de 2014 e que ele ganhou no primeiro turno as eleições em 2018. Eu
disse: 'Presidente, eu estava no TSE em 2014 e acompanhei as eleições, e o
Aécio perdeu ao se descuidar (do eleitorado) de Minas Gerais'. Ali houve um
episódio que foi uma decisão do próprio colegiado do TSE, de retardar a
divulgação da apuração por conta do horário do Acre. Isso gerou essa lenda
urbana. Se nós olharmos as eleições agora, quem que elegeria, por exemplo, os
deputados Daniel Silveira (PSL-RJ) e Hélio Negão (PSL-RJ)? Teve fraude para
eleger essa bancada enorme do PSL? Todos nós sabemos da lisura desse
processo", disse ele.
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