(Foto: Reprodução | REUTERS/Ueslei Marcelino)
Reportagem da revista britânica “The
Economist” aponta que Jair Bolsonaro se rendeu ao clientelismo do centrão
enquanto a sua popularidade derrete com avanço da pandemia e com a divulgação
do escândalo das emendas parlamentares
28 de maio de 2021
Reportagem da revista britânica “The Economist” aponta que Jair
Bolsonaro se rendeu ao clientelismo ao cooptar o apoio do centrão enquanto a
sua popularidade despenca. "O apoio do Centrão nunca é gratuito”, destaca
o texto. Nesta linha, a publicação
ressalta que “o governo distribuiu mais de R$ 20 bilhões por meio de emendas de
relator'' e que “pelo menos R$ 3 bilhões foram encaminhados por meio do
Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) atendendo a indicações de
parlamentares”.
“O escândalo, que a imprensa chamou de ‘tratoraço’, é a mais evidente
prova até agora da participação de Bolsonaro na política clientelista. A
situação se desdobra juntamente com um desastre de relações públicas ainda
maior: uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga como o governo
lidou com a pandemia. As duas crises demonstram como Bolsonaro tem se
enfraquecido cada vez mais e como o Congresso”, destaca a reportagem.
“Mas um impeachment é improvável, em parte porque Bolsonaro reinventou
na prática a compra de apoio político no fim de 2019. A maioria dos novos
recursos orçamentários foi destinada a legisladores que votaram em Rodrigo
Pacheco, escolha de Lira e do Centrão para a presidência do Senado”, diz a
publicação. “Uma ameaça maior à popularidade de Bolsonaro é a CPI, que começou
os depoimentos no Senado este mês. As sessões diárias são transmitidas ao vivo
na TV, criando uma macabra história oral do desastre brasileiro na pandemia”,
completa o texto.
O periódico ressalta, ainda, que “as pesquisas mais recentes mostram
queda no apoio ao presidente em quase todos os segmentos do eleitorado,
incluindo entre seus defensores mais convictos, como os evangélicos. É provável
que seu principal rival nas eleições de 2022 seja Luiz Inácio Lula da Silva,
ex-presidente petista cuja popularidade aumentou recentemente”.
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