(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | Marcos Corrêa/PR)
"Diante de desafios explícitos, as
instituições precisam reagir, em nome das liberdades de expressão e
manifestação e da democracia", aponta o texto
3 de junho de 2021
O jornal O Globo, que liderou a campanha pelo golpe institucional contra
a ex-presidente Dilma Rousseff, hoje cobra, em editorial, que essas mesmas
instituições reajam contra o projeto autoritário de Jair Bolsonaro.
"Bolsonaro já deu um sem-número de provas de que não terá nenhum tipo de
pudor em insuflar policiais e milicianos contra seus inimigos políticos. Não há
maior evidência disso do que o desdém com que tem tratado a hierarquia militar no
caso do ainda general da ativa — e ex-ministro da Saúde responsável pelo
desastre na gestão da pandemia — Eduardo Pazuello, que se recusa a ir para a
reserva, apesar de ter flagrantemente violado o regulamento do Exército ao
participar de manifestação política ao lado do presidente no Rio de
Janeiro", aponta o texto.
"Agora, Bolsonaro pressiona o Alto-Comando do Exército a não punir
Pazuello, com base no argumento estapafúrdio de que o passeio de motocicleta
não tinha motivação política. Não punir um general em tal situação é um
incentivo claro à insubordinação e à anarquia nos quartéis. Mas não ficou
nisso. Ainda por cima, Bolsonaro cometeu a desfaçatez de trazer Pazuello de
volta ao Planalto num cargo de assessoria. Não só ele não foi punido, como foi
premiado", indica o editorial.
"Diante de desafios explícitos, as instituições precisam reagir, em
nome das liberdades de expressão e manifestação e da democracia, exatamente
como fizeram os governos de Pernambuco e Goiás. É preciso que as Forças Armadas
— em particular, o Alto-Comando do Exército — punam Pazuello com o rigor
necessário para que fique claro às tropas que elas não estão subordinadas ao
projeto político de Bolsonaro", finaliza o editorialista.
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