Por Fernando Brito | 20 de Junho de 2021
A reação do Governo Bolsonaro ao fato de o Brasil ter alcançado meio
milhão de mortes limitou-se a uma nota do o ministro das Comunicações, Fabio
Faria, incrivelmente criticando os que lamentam a morte de 500 mil pessoas na
qual ele diz que políticos, artistas e jornalistas que se manifestam assim
“torcem pelo vírus” e por um vídeo onde a Casa Civil diz que os 900 dias de
poder de Jair Bolsonaro colocaram “o Brasil nos trilhos” e que somos os maiores
e melhores no combate à pandemia no planeta.
Um desastre, que soa como escárnio governista ao um momento dramático da
vida nacional.
Não houve – e tudo era previsível – preparação sequer para fingir que o
governo está agindo diante deste desastre.
Jair Bolsonaro, em lugar disso, preferiu pegar “carona” na perseguição
ao outro psicopata do Planalto, o tal Lázaro Barbosa Souza, que há dez dias
escapa de uma caçada policial. Certamente um boa pauta para sensacionalismo de
imprensa, mas ridículo para quem tem sob sua guarda a vida de 214 milhões de
brasileiros.
Até porque fazer carinho em policiais é, para ele, prioridade maior que
solidarizar-se a meio milhões de famílias que perderam alguém em suas casas.
Os 500 mil mortos já não um anátema, gravado na testa do atual
presidente.
Não vai conseguir nada continuando a fingir que “todo mundo um dia morre
mesmo” e que não está acontecendo um desastre nacional, que vai se expandir com
o ritmo crescente de casos e mortes que todo dia é registrado.
O país saiu da apatia em que se encontrava ao longo desta pandemia,
porque descobriu que, sem correr riscos, só o que acontecerá é piorarmos nossa
situação.
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