(Foto: Agência Senado)
Durante depoimento da médica à CPI, o
senador Otto Alencar revelou que a médica conselheira de Bolsonaro não tem
apreço pela ciência: "A senhora apostou em uma droga que podia dar certo
ou não. E a ciência, por mais que a senhora tenha curso, não admite isso:
querer apostar no escuro”
1 de junho de 2021
Conselheira de Jair Bolsonaro, a médica Nise Yamaguchi, defensora do
tratamento precoce e da imunidade de rebanho, foi desmascarada pelo senador
Otto Alencar (PSD-BA), que também é médico, durante seu depoimento à CPI da
Covid.
Otto Alencar fez uma série de perguntas a Nise, como os nomes dos
pacientes que passaram por seus testes de tratamento precoce contra a Covid e
sobre seu conhecimento a respeito do coronavírus. “A senhora se transformou em
infectologista de uma hora para outra, como muitos no Brasil”, disse o
parlamentar.
“Me diga por favor a diferença entre um protozoário e um vírus”, pedi
Otto. Nise responde que o primeiro tem um organismo celular e o vírus tem DNA
ou RNA. “Não é isso. Não é isso, não. A senhora não soube nem explicar o que é
um vírus”, rebateu o senador.
Otto Alencar perguntou em seguida sobre se a médica sabia a qual família
pertencia o coronavírus. Nise disse que sim e começou a remexer papéis. “Pode
buscar nos livros, que a senhora tem aí porque a senhora não sabe. Não estudou.
De médico audiovisual esse plenário tá cansado. De gente que viu e não leu, e
não se aprofundou. Eu falo na condição de quem tem lido tudo sobre essa
matéria”, respondeu o senador.
Otto Alencar indagou ainda: “A senhora fez exames pré-clínicos e
clínicos para os pacientes nos quais usou hidroxicloroquina?” Nise começou a
responder: “A hidroxicloroquina é usada há muitos anos...”. Otto: “Para outra
doença, minha senhora, para malária. A senhora está errada. A senhora apostou
em uma droga que podia dar certo ou não. E a ciência, por mais que a senhora
tenha curso, não admite isso: querer apostar no escuro”.
O senador indagou também qual é o exame que tem que se fazer para saber
se o paciente tem imunidade celular ou não, para saber se houve imunidade de
rebanho e falou sobre algumas de suas conclusões e orientações médicas:
“A senhora não sabe a diferença entre protozoário e vírus. Uma medicação
para protozoário (caso da cloroquina, desenvolvida para tratamento contra a
Malária) nunca poderia ser recomendada contra um vírus”.
“A senhora brincou com o povo brasileiro ao falar em imunidade de
rebanho, em tratamento por cloroquina”, disse ainda. “A senhora maculou a sua
imagem tomando essa iniciativa. Pode ter sido na tentativa de querer ajudar,
mas pode ter sido também para querer ser ministra da Saúde e não conseguiu”,
completou.
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