Brasil chega aos 500 mil mortos pela
Covid-19 com um governo negacionista e vacinação atrasada
O sociólogo Celso Rocha de Barros escreve
em sua coluna na Folha de S.Paulo que Bolsonaro deixou morrer meio milhão de
pessoas pela sua ideologia, por cálculo eleitoral e porque parte da sociedade
permitiu
21 de junho de 2021
"Como previsto pelos especialistas, chegamos no meio milhão de
brasileiros mortos por Covid-19 antes do fim do primeiro semestre. Só agora
começamos a calcular quantos, dentre eles, foram mortos diretamente,
documentadamente, pelas decisões de Jair Bolsonaro", escreve o sociólogo
Celso Rocha de Barros.
"As revelações da CPI sobre os contratos de compra de vacinas,
quando inseridas em modelos epidemiológicos construídos com o que já sabemos
sobre a relação entre vacinação e mortandade, colocava 90 mil mortes nas costas
de Bolsonaro com os números até o final de maio. Isso foi antes de sabermos que
ele se recusou a comprar 43 milhões de doses do consórcio Covax Facility. Com
as novas informações e os mortos de junho, mal dá para ver a marca de cem mil no
retrovisor".
O colunista indaga por que Bolsonaro fez isso? Segundo ele, por três
motivos.
"O primeiro foi ideologia: uma desconfiança populista dos
especialistas, aversão ao 'globalismo' da Organização Mundial de Saúde, ódio
visceral dos chineses, a influência ideológica de Donald Trump e da direita
radical americana, a dificuldade de encaixar problemas complexos do mundo real
na retórica paranoica do bolsonarismo".
"O segundo motivo foi cálculo eleitoral. Bolsonaro temia que as
medidas de contenção da pandemia derrubassem a economia e ameaçassem sua
reeleição em 2022".
"Mas o terceiro motivo pelo qual Bolsonaro mandou tantos
brasileiros para a morte por asfixia é o que realmente deve nos preocupar como
país. Foi porque nós deixamos", conclui.
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