Mensagens foram obtidas pelo site
Metrópoles e pelo colunista Guilherme Amado. Secretário do presidente foi
avisado de um "esquema de corrupção pesado" na compra de vacinas
23 de junho de 2021
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que áudios e mensagens
encaminhadas a interlocutores de Jair Bolsonaro comprovariam a pressão em cima
de Luis Ricardo Miranda, irmão do parlamentar e chefe de importação do
Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde. A pressão tinha como
objetivo a compra da vacina indiana Covaxin.
Em entrevista à CNN no início desta tarde, o parlamentar relatou ter
informado Jair Bolsonaro pessoalmente, em um encontro no Palácio da Alvorada no
dia 20 de março, um sábado, junto com seu irmão, Luis Ricardo Miranda. No
início da semana, afirmou ter indagado o "adjunto" do presidente
sobre o assunto.
Ao site Metrópoles, o deputado disponibilizou as mensagens encaminhadas
ao secretário de Bolsonaro com os alertas de uma possível corrupção na pasta. O
nome do militar foi preservado a pedido do congressista.
"Avise ao PR [presidente da República] que está rolando um esquema
de corrupção pesado na aquisição das vacinas dentro do Ministério da Saúde.
Tenho provas e as testemunhas. Sacanagem da porra… a pressão toda sobre o
presidente e esses ‘FDPs’ roubando”, escreveu o parlamentar às 12h55 do dia 20
de março. O auxiliar de Bolsonaro respondeu com uma Bandeira Nacional.
Uma hora depois, Miranda insistiu: "Não esquece de avisar o presidente.
Depois, não quero ninguém dizendo que eu implodi a República. Já tem PF e o
caralho no caso. Ele precisa saber e se antecipar". A outra resposta
também foi um símbolo nacional.
A Covaxin foi a vacina mais cara adquirida pela gestão de Eduardo Pazuello
no Ministério da Saúde, ao custo de US$ 15 por dose. A compra superfaturada do
imunizante foi a única para a qual houve um intermediário e sem vínculo com a
indústria de vacina, a empresa Precisa. O preço da compra foi 1.000% maior do
que, seis meses antes, era anunciado pela fabricante.
A CPI da Covid aprovou um requerimento do relator Renan Calheiros
(MDB-AL) para convocar os irmãos Miranda.
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