Foto: Pedro França/Agência Senado | Reprodução)
Alessandro Vieira diz que CPI encontrou
“movimentações sem lastro na realidade, compatíveis com processos de lavagem de
dinheiro” nas contas do dono da Precisa, que está no centro do escândalo das
vacinas
27 de julho de 2021
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), um dos mais atuantes membros
da CPI da Covid, afirmou à jornalista Miriam Leitão que a comissão encontrou
movimentação financeira atípica no montante de R$ 50 milhões em transações
entre empresas do empresário Francisco Maximiano, da Precisa, e pessoas
físicas. Segundo o senador, que apesar de suplente, é um dos membros mais
destacados da CPI, são “movimentações sem lastro na realidade, compatíveis com
processos de lavagem de dinheiro”.
Para Vieira, a comissão já identificou uma “cadeia de comando clara”,
que vai do ex-secretário executivo do Ministério da Saúde coronel Élcio Franco,
o general Pazuello, e ministros Braga Netto e Ramos “e o próprio presidente da
República”.
A CPI formou um grupo de juristas que vai preparar um estudo para “dar
um encaixe dos fatos e a tipificação penal”, segundo o senador. O professor
Miguel Reale Jr. chefia o grupo de juristas.
“Os crimes de responsabilidade devem ser encaminhados à Câmara, os
crimes comuns à Procuradoria Geral da República e, eventualmente, os fatos
podem ser levados ao Tribunal Penal Internacional, para avaliar o cometimento
de crime contra a humanidade. É muito grave o que aconteceu no Brasil e o que
ainda acontece, nessa gestão totalmente descolada daquilo que a Constituição
exige, que é o respeito à vida”, disse Vieira.
Vieira acha que não há como fugir da convocação do ministro Braga Netto.
“Ele fazia parte da cadeia de comando”. Mas ele reconhece que “alguns temem
fazer a convocação do ministro Braga Netto por conta da posição que ele ocupa
agora como ministro da Defesa. Mas ele fazia parte da coordenação da resposta
brasileira à pandemia e o resultado foi desastroso. A gente precisa ouvir essas
pessoas e, se for o caso, responsabilizá-las sem nenhum tipo de preocupação com
a questão de farda”. E completou: “no Brasil, ainda se tem muito medo dos
generais, mas quando ele ocupa um cargo civil eu não posso dar um tratamento
diferenciado”.
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