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Divulgação)
Assessor do PT defende revogação das leis que limitam o gasto
público, reforma tributária e fortalecimento dos bancos públicos
27 de agosto
de 2021
Opera Mundi -
No programa 20MINUTOS ENTREVISTA desta sexta-feira (20/08), o jornalista Breno
Altman entrevistou o economista e professor da Universidade Estadual de
Campinas Guilherme de Mello sobre a recuperação econômica do Brasil.
“O Brasil será
ingovernável com as atuais regras fiscais. Independentemente de quem assumir o
governo depois de 2022, Bolsonaro e Guedes estão armando uma bomba e jogando-a
para os próximos governos”, defendeu o economista.
Para o também
assessor do Partido dos Trabalhadores, os primeiros 100 dias de um eventual
governo de esquerda deve priorizar “manter uma agenda legislativa pesada,
olhando para as regras fiscais, fazer uma reforma tributária e apresentar para
a população os programas e estratégias para a retomada do emprego e do
crescimento público”, para poder aprovar todas essas medidas.
“A economia precisa de um gatilho, teremos de
aprovar medidas emergenciais que apontem para uma mudança estrutural”,
destacou.
Mello
ressaltou que o processo será longo e difícil, e que não dará resultados em
quatro anos, mas que o importante é não perder o objetivo de vista. Dessa forma,
segundo ele, é possível pensar até que um país periférico como o Brasil pode
avançar para o desenvolvimento sustentável, distribuindo renda e gerando
bem-estar sem precisar com o sistema capitalista.
“Temos
exemplos raros, como a Coreia do Sul ou a Nova Zelândia. Se eu não achasse
possível, não estaria militando pela construção de uma estratégia dentro dos
marcos do capitalismo, estaria militando pela revolução, mas os desafios são
gigantescos. Temos que repensar o papel do Estado e como ele vai contribuir
para a transformação da estrutura produtiva e social. Não acho que poderemos
resolver todos os problemas, mas você pode ter um país muito melhor”, defendeu.
Programa petista
Assessor
econômico do PT, Mello detalhou como se daria o processo de melhoria dentro dos
marcos capitalistas segundo o programa que pretende implementar o partido caso
Lula seja eleito.
Uma das
propostas centrais é a reforma tributária: “A grande inovação dos governos
petistas no passado foi colocar o pobre no orçamento, mas falhamos no que diz
respeito ao imposto de consumo. O pobre consome todo o seu salário, não
consegue guardar dinheiro, então paga tudo. Precisamos aumentar o peso da
tributação sobre grandes rendas e patrimônios e reduzir a do consumo”.
Para ele,
bastaria alinhar a estrutura tributária brasileira à de países mais
desenvolvidos. Por exemplo no que diz respeito ao teto da tributação do imposto
de renda, atualmente em 27%. “Até países como o Chile têm um teto mais alto, de
36%”, ressaltou. Isso não faria do Brasil um país com alta carga tributária, ao
contrário do que se pensa, como ressaltou o professor.
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