11 de Agosto
de 2021
Derrotados
ontem, mesmo, só saíram os militares brasileiros, levados a “pagar um mico”
homérico com seu desfile de tanques e ideias velhas de mais de meio século, do
tempo em que expelir colunas de fumaça preta indicava a potência de dragões
bélicos e não a obsolescência de geringonças para a guerra e para golpes.
Jair Bolsonaro
não se importa nem um pouco em parecer saudosista; é isso mesmo o que quer:
evocar a memória de um passado que não existiu, o da “felicidade” dos
brasileiros nos tempos do regime militar.
Ironicamente,
alegando estar defendendo o que a ditadura de seus “heróis” tirou dos
brasileiros, o voto para presidente.
E o presidente
também não liga em ter exposto as Forças Armadas, pois em relação a elas não
tem senão o recalque do mando finalmente conquistado e a certeza que elas se
alimentam de poder, soldo e arrogância, e não de profissionalização, capacidade
e eficiência.
A batalha
política, lamento informar, não foi mal para Bolsonaro, nem tanto por causa dos
229 votos que seu Cavalo de Troia recebeu, mas pelos 211 contrários, quase 100
a menos que os partidos que se opuseram a ele esperavam registrar no painel da
Câmara.
Nem se fale em
MDB e DEM, mas dos que assumiram posições claras e deveriam, por isso, ter
poucas defecções.
Confiram:no
PSDB, o voto foram 14 votos bolsonaristas; no PSD, 20; no PSB, 11; seis votos a
favor no PDT e três no Cidadania. Quase 60 fotos que, se fossem coerentes,
teriam baixado a votação da manobra governista para os 170 esperados e erguido
para 270, como esperados, o muro do “não” a Bolsonaro.
Daqui a pouco
começará a gritaria e não é difícil prever que o presidente dirá que, apesar de
ter tido a maioria – o que, no seu discurso, vai virar “a vontade do povo” -,
não conseguiu a marca necessária de 308 por conta das “pressões indevidas” do
presidente do TSE, Luiz Roberto Barroso.
E seguirá em
sua agitação, usando os militares como alegorias exibidas como fiadoras de suas
pretensões continuístas: tem os exercícios da semana que vem como palco e o Dia
do Soldado, 25 de agosto, como motivo para uma manifestação de gala para seus
apetites.
As
instituições civis, que não soltam fumaça, parecem estar em pior estado que os
deprimentes tanques do desfile de ontem. Nem soltam roncos ou fumaças: miam
diante do aspirante a ditador.
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