Luís
Roberto Barroso e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)
O Tribunal Superior Eleitoral também pediu ao STF que Bolsonaro
seja investigado por disseminação de fake news contra as urnas. As duas
decisões foram unânimes. A votação aconteceu após um discurso contundente do
presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, contra as mentiras de Bolsonaro
2 de agosto de
2021
O Tribunal
Superior Eleitoral decidiu por unanimidade na noite desta segunda-feira (2)
abrir um inquérito administrativo contra Jair Bolsonaro.
A votação
aconteceu após um discurso contundente do presidente da Corte, Luís Roberto
Barroso, contra o presidente. A proposta partiu do corregedor eleitoral,
ministro Luís Felipe Salomão.
Os crimes
apontados são “abuso do poder econômico e político, uso indevido de veículos de
imprensa, corrupção e ataques à legitimidade das eleições”. A investigação vai
mirar a conduta de Bolsonaro e pode resultar em inelegibilidade.
O TSE também
pediu ao STF que Bolsonaro seja investigado por disseminação de fake news
contra as urnas. As duas decisões foram unânimes.
Barroso
compara Bolsonaro a Trump
"As
democracias contemporâneas são feitas de votos, são feitas do respeito aos
direitos fundamentais e são feitas de debate público de qualidade. A ameaça à
realização de eleições é uma conduta antidemocrática. Suprimir direitos
fundamentais, incluindo os de natureza ambiental, é uma atitude
antidemocrática. Conspurcar o debate público com desinformação, mentiras, ódio
e teorias conspiratórias é conduta antidemocrática", afirmou Barroso.
"Há
coisas erradas acontecendo no país. E todos nós precisamos estar atentos.
Precisamos das instituições e precisamos da sociedade civil, ambas bem alertas.
Nós já superamos os ciclos do atraso institucional, mas há retardatários que
gostariam de voltar ao passado. Parte dessas estratégias inclui o ataque às
instituições. Uma das manifestações do autoritarismo no mundo contemporâneo é,
precisamente, o ataque às instituições, inclusive às instituições eleitorais,
que garantem processo legítimo de condução aos mais elevados cargos da
República."
"Nos Estados Unidos, por exemplo,
insuflados pelo presidente derrotado, 50% dos republicanos acreditam que a
inequívoca vitória do presidente Biden foi fraudada. Essas narrativas, fundadas
na mentira e em teorias conspiratórias, destinam-se precisamente a pavimentar o
caminho da quebra da legalidade constitucional".
"Nos
Estados Unidos, isso resultou na dramática invasão do Capitólio, com muitas
mortes ocorridas por extremistas, conduzido de maneira irracional por líderes
irresponsáveis. Assim, e para que ninguém se iluda, nos Estados Unidos há voto
impresso ou em cédula. Voto impresso não é contenção adequada para o
golpismo", acrescentou.
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