Por Fernando Brito | 20 de Agosto de 2021
Anuncia-se que Jari Bolsonaro, daqui a pouco, anunciará o veto ao valor
de R$ 5,7 bilhões, enviando um projeto de substituir o valor por uma correção
do valor de R$ 2 bi destinado às eleições do ano passado. Falam alguns que este
índice seria a correção inflacionária e outros que chegaria a R$ 2,7 bi. A ver.
O fato é que, a não ser que o valor vá mais para perto do aprovado pelo
Congresso, está aberta uma grande encrenca entre o Governo e a Câmara, na qual
todos terão de buscar a reeleição, enquanto o Senado, que vai renovar apenas 27
das 81 cadeiras tende a concordar com valores menores, pelo impacto que o
assunto tomou na opinião pública.
O problema é que o valor de R$ 5,7 bilhões não caiu do espaço, mas foi
fruto de um acordo dos parlamentares com o Executivo que Jair Bolsonaro não vai
honrar. E não honrar acordo, em parlamento, é crime hediondo.
A aprovação do veto presidencial, portanto, tem de ser negociada por um
polpudo reajuste no valor, seja no projeto de lei a ser enviado, seja em novo
acordo para não vetar uma emenda que seja apresentada.
Não vai ser a única fonte de tensão: há grande insatisfação na base
governista com a declaração de Paulo Guedes admitindo retirar a proposta de
reforma no Imposto de Renda.
“Temos que ver mesmo se vai piorar ou não. Se a gente chegar à conclusão
que vai piorar, eu prefiro não ter”.
Só que, a esta altura, “não ter” significa jogar mais instabilidade na
economia, depois daquela que se jogou por tentar ter, de maneira improvisada,
contraditória e claramente lesiva aos Estados e Municípios, aliás já
prejudicado com a proposta de “calote” da PEC dos precatórios, na qual eles são
os principais prejudicados pelo parcelamento a perder de vista dos créditos que
têm com a União, sem mais discussão judicial possível.
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