3 de Setembro de 2021
Jair Bolsonaro começou a falar mais fino sobre o ato de seus seguidores
no Dia da Independência.
Disse que “ninguém precisa temer o 7 de Setembro”, aquele que, dois dias
atrás era “a maior oportunidade do povo brasileiro”.
Por mais covardes que tenham sido as notas (publicadas ou escondidas) do
empresariado, por mais que tenham sido pífias as reações do Legislativo e do
Judiciário, foi possível sentir que bateram no vazio os gritos e urros do
bolsonarismo raiz.
A mobilização de policiais militares aparentam ter perdido o fôlego
depois das ousadias da semana passada.
Nenhum setor da economia ou da política saiu em defesa do suposto
ultimato presidencial, exceto uma manifestações de Silas Malafaia e outros
pastores e de um desajeitado manifesto de industriais mineiros – prontamente
rebatido por outros – , ninguém veio em apoio aos arroubos do presidente.
Não é possível ser definitivo, porque há um componente de
clandestinidade na organização da manifestação bolsonarista: aluguel de ônibus
por empresários e policiais, dinheiro apreendido que muitos acham que tinha o
destino de pagar despesas de manifestantes, além dos apoios hanguistas e
sojeiros. Mas, mesmo grande, tudo indica que não será imensa como pretendiam.
Resta saber se será violenta como têm rosnado que será. Também é
imprevisível mas, a esta altura, passa a ser pouco provável.
A situação de Bolsonaro, com um anticlímax na terça-feira, desce um
degrau em degradação. Ameaças de atos de força, quando não se consumam, dão
força aos desafiados.
As de Bolsonaro, a cada dia, vão-no fazendo perder credibilidade e
adeptos, como se viu até com banqueiros e empresários que, mesmo sem um
candidato que os contemple, já não confiam nele como sustentáculo de seus
interesses.
O valentão de porta de bar, de tando dizer “me segurem senão eu bato”
está desmoralizado a tal ponto que já ninguém crê que ele seja mesmo capaz de
brigar.
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